Poderão ser aplicadas penalidades a instituições de EaD com qualidade baixa.| Foto: Pixabay
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Em um país de dimensões continentais como o nosso, apenas pouco mais de mil municípios brasileiros possuem instituições presenciais de ensino superior. Nos demais, a Educação ou Ensino a Distância (EaD) é a única porta de entrada para cursar uma faculdade ou universidade. Nesse sentido, é evidente que a EaD colabora para a redução de desigualdades e para uma sociedade mais inclusiva.

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São milhares de alunos que encontram na modalidade a oportunidade de se formarem, iniciarem suas carreiras e contribuírem com mão de obra qualificada para movimentar as economias locais. Ao considerarmos que 75% dos municípios com Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) abaixo de 0,7 contam hoje somente com a oferta de cursos EaD, segundo a Numbers Talk, esse formato é essencial para promover a mobilidade social e a geração de riqueza nessas cidades.

É uma proposta de valor que engloba qualidade, flexibilidade e acessibilidade, que tem atraído cada vez mais brasileiros que precisam conciliar estudos, trabalho e vida pessoal, mantendo o equilíbrio financeiro, uma vez que 85% dos alunos de EaD também trabalham, como mostra o mais recente Censo da Educação Superior de 2022. Somado a isso, a modalidade tem contribuído para impulsionar o crescimento do ensino superior no Brasil e hoje representa 65% do volume de matrículas de graduação.

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Apesar da alta adesão, ainda há muitos mitos e desconhecimento sobre a educação a distância. Indicadores de desempenho, como o IDD e o CPC, avaliados e mensurados pelo próprio MEC, apontam os cursos EaD com resultados tão positivos quanto os presenciais, contribuindo para a qualidade do ensino no país. A modalidade EaD segue as mesmas prerrogativas legais de estrutura, funcionamento e regulação que a presencial. O que diferencia uma da outra é a forma como o aluno acessa o conteúdo e desenvolve a sua jornada acadêmica. Há também um desconhecimento sobre a carga horária dos cursos, uma vez que não são exclusivamente online, podendo chegar a mais de 50% em formato presencial, distribuída em aulas práticas e estágio obrigatório, por exemplo.

Graças aos avanços tecnológicos, a educação a distância se tornou uma realidade possível, assim como ocorreu em inúmeras indústrias e, neste sentido, sugiro uma reflexão sobre como podemos garantir ou melhorar a qualidade dessa modalidade, sem restringir sua disponibilidade. Uma das vias de melhoria é o uso da tecnologia, como é o caso da inteligência artificial generativa. Hoje, é possível entender os comportamentos e as necessidades individuais de cada aluno para oferecer uma jornada de ensino cada vez mais personalizada, contribuindo para redução dos índices de evasão.

Certamente, a EaD é o principal instrumento de democratização do acesso à educação e à formação acadêmica para diversos pontos do país, sobretudo os mais carentes de desenvolvimento. A modalidade abre oportunidades educacionais, contribui para o desenvolvimento econômico e a mobilidade social em muitos municípios, especialmente aqueles com baixo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). A EaD é uma alavanca para o progresso e a igualdade social em nosso país.

Rodrigo Cavalcanti é sócio e vice-presidente da Cogna Educação.

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]
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