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O ministro do STF, Edson Fachin, é o relator da ação que questiona a constitucionalidade do inquérito das fake news
O ministro do STF, Edson Fachin| Foto: Rosinei Coutinho / STF

Corria o ano de 2018, o advogado Cristiano Caiado de Acioli ao viajar da cidade de São Paulo para Brasília, sentou-se ao lado do Ministro do Supremo, Ricardo Lewandowski. O advogado não perdeu tempo, usou a oportunidade e fez um desabafo pesado: “Ministro Lewandowski, o Supremo é uma vergonha, viu? Eu tenho vergonha de ser brasileiro quando vejo vocês”. Lógico que, o povo deveria reprovar a atitude do advogado, mas, ao invés disso, sentiu-se representado. Cristiano falou o que o Brasil tinha preso na garganta. O fato narrado ocorreu há dois anos, porém, a coisa só piorou de lá pra cá. Os ministros não se esforçaram o mínimo. Ao que tudo indica, não estão preocupados com a negativa popular. Veja a última do ministro Edson Fachin.

Dizer na terra da Branca de Neve que voto de anão não vale é a mesma coisa. Imagine que a proposta do ministro pretenda anular o voto do cristão em um país onde praticamente a totalidade é cristã. Pondera, ministro! Qual seria o objetivo da lei do abuso do poder religioso? Como definir? Sendo a lei firmada, o político eleito por qualquer motivação cristã será cassado? Por exemplo: pertencer a uma congregação? É isso? Não é discriminação?

Não há dúvidas, os cristãos foram fundamentais na eleição passada. A esquerda assustou o povo brasileiro. A mensagem libertina, a defesa do ateísmo, a valorização aos filósofos críticos a teologia. Foi aí que, os cristãos, seus líderes, pastores e padres, quase por desespero partiram para cima na campanha; tinham que eleger Bolsonaro, a única voz em defesa dos conservadores. Após a vitória, ficou nítida a participação do poder religioso no processo eleitoral. Todos sabem disso. Não é?

Os poderes sabem. A parcela desonesta da mídia sabe. O superpoderoso Supremo sabe. Um fenômeno arrodeia o país, diferentemente dos ministros, o poder Executivo fica mais forte. Mesmo diante do ataque rancoroso seja dos políticos, do Judiciário ou midiático, a base não foi atingida. Ou seja, até 2022, precisa ser feito algo eficaz, caso contrário, Bolsonaro vence as eleições no primeiro turno. É nesse contexto que se explica a guerra travada para anular o poder religioso.

Nos dias do Cristiano Acioli, ainda era meio escondido, mas agora, o ataque leviano aos conservadores, nem é disfarçado, é feito na cara de todos. Veja o surreal processo da “fake news”. Um escândalo. O incrível ataque a liberdade de expressão, literalmente contra os apoiadores de Bolsonaro. Um Supremo político, um Congresso omisso, uma mídia viciada, lutando em favor da manutenção do estilo de governar antigo. Todo sistema aparelhado para derrubar o homem da voz conservadora. É o sistema se roendo para manter a conquista do território que, por sinal, perderam e nem perceberam.

Fosse hoje o acontecido no avião com Cristiano Acioli, o advogado teria se tornado estrela. Porque o Brasil é conservador. Os ministros precisam entender isso. O Estado deve ser laico, mas, jamais, o povo concordará ser laicista. A base que elegeu o presidente se move todos os dias e não são robôs, nem perfis fakes, não é uma base inerte que fica observando o vento. É o povo cristão, ou seja, quase a totalidade dos brasileiros. A base que elegeu Bolsonaro continua fazendo campanha e ganhando votos. Entendo o Supremo achar estranho tanta gente em defesa de um político, isso é novo. Mas, eles precisam acordar para realidade: o povo conservador está se autoprotegendo com medo da esquerda voltar.

Dá para entender agora o motivo que fez o ministro Edson Fachin propor a lei do "abuso do poder religioso"? Ao que parece, a ideia é deslocar a base conservadora. Em tempos em que o Supremo está se movendo descaradamente em ataque frontal contra o Executivo e seus apoiadores, pode não ser essa a intenção, mas é isso que transparece. Ainda mais que, na próxima corrida eleitoral, milhares de novatos assumirão o Congresso e as velhas raposas serão dispensadas. E, quem promoverá tamanha transformação será o "poder religioso". Sim, Fachin, já percebeu, os cristãos tem poder.

Portanto, a proposta do ministro tem meta: anular o poder religioso o mais rápido possível. Bom, o aviso está dado: “é hora de gritar”. Não se cale ante esse preconceito. Mesmo porque seu voto pode não ser respeitado num futuro próximo simplesmente por seu candidato pertencer a sua congregação.

Josinelio Muniz é formado em Teologia pela faculdade Teológica Logos (Faetel), matéria que leciona na Comunidade Internacional da Paz, Porto Velho – RO. Bacharel em Direito pela Uniron e Docente Superior pela Uninter.

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