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"Jesus, num dia de sábado, entrou na sinagoga de Cafarnaum e começou a ensinar. Todos ficavam admirados com o seu ensinamento: pois ensinava como quem tem autoridade, não como os mestres". Assim se lê no evangelho de hoje, 4º domingo do tempo comum (Mc 1, 21-28).

Em Cafarnaum, a primeira parte da vida pública de Jesus desenvolveu-se na Galileia, a região norte da terra de Israel, onde se encontram as localidades que conhecemos como: Caná, onde, em um casamento, Jesus tirou da dificuldade os noivos transformando a água em vinho; Naim, onde ressuscitou o filho da viúva; o Monte Tabor, onde transfigurou-se; Nazaré, onde Jesus viveu até aquele momento; e, depois, em Cafarnaum.

Portanto, em Cafarnaum, na sinagoga, ele ensinava, suscitando o estupor dos presentes. Frequentemente os evangelhos assinalam o maravilhar-se das multidões ante o operado de Jesus e raramente dão a motivação. O evangelista de hoje, Marcos, nos oferece: Jesus cura um "homem possuído de espírito mau" (Mc 1, 23), e diante do prodígio "todos ficaram muito espantados e perguntavam uns aos outros: 'O que é isto? Um ensinamento novo dado com autoridade: Ele manda até nos espíritos maus, e eles obedecem'" (Mc 1, 27). O espanto não é de medo, mas sobretudo a surpresa diante de algo que intuem sobrenatural.

Os presentes maravilham-se sobretudo pela novidade do ensinamento de Jesus, que se diferencia daquele dos escribas, os espertos da Lei divina, os quais a explicavam sempre referindo-se à autoridade precedente.

Um ensinamento novo, portanto, que não cancela a antiga Lei, mas faz descobrir a valência mais profunda, que além dos fatos olha a intenção, que desvela como a fé em Deus não se manifesta simplesmente nos fatos exteriores, mas consiste sobretudo na pessoal adesão interior a Ele. Um ensinamento novo, que Jesus demonstra poder dar não em nome de outros, mas em autoridade própria, aquela mesma pela qual pode curar o "homem possuído por um espírito mau". Efetivamente os milagres, antes que um sinal da sua compaixão para com os que sofrem, são expressões dos seus poderes extraordinários e, portanto, também do poder de estabelecer o sentido autêntico e profundo da Lei, quer dizer: de quanto foi transmitido como vontade de Deus.

Se é assim, a palavra de Jesus é a lei suprema, diante da qual não se discute nem se afronta: ou se acolhe ou se rejeita. Jesus é a Palavra.

Também amanhã, 2 de fevereiro, a Igreja celebra a festa da Apresentação de Jesus ao Templo. Maria e José levam Jesus a Jerusalém, para cumprirem o que está escrito na lei do Senhor: "Todo primogênito do sexo masculino deve ser consagrado ao Senhor" (Lc 2, 23). Ali encontram o velho Simeão e Ana, e isso acontece 40 dias depois do nascimento de Jesus. Neste dia são bentas velas recordando-nos que Jesus é a Luz vinda ao mundo (cf. Jo 1, 9). São Sifrônio escreveu, no século 7º: "que ninguém fique excluído deste esplendor, ninguém insista em continuar mergulhado na noite. Mas avancemos todos resplandecentes; iluminados por este fulgor, vamos todos ao encontro e com o velho Simeão recebamos a luz clara e eterna. Associemo-nos à sua alegria e cantemos com ele um hino de ação de graças ao Criador e Pai da luz verdadeira e, afastando todas as trevas, nos fez participantes do seu esplendor".

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