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Candidato democrata à presidência, Joe Biden, e o candidato à reeleição, o republicano Donald Trump.| Foto: Jim WATSON e Brendan Smialowski/AFP

Precisamos de segurança para o mundo; não podemos mais conviver com constantes rompantes insanos de quem governa com bases absolutamente negacionistas. Donald Trump é um risco para a humanidade, tendo em vista sua política beligerante e conflituosa. Mesmo não sendo promotor de conflitos bélicos, ele constrói uma guerra comercial e diplomática constante, deslegitimando órgãos internacionais, acordos comerciais e ocasionando conflitos diplomáticos infantis.

Donald Trump se orgulhava de ser o agente do desenvolvimento econômico e da retomada do crescimento nos Estados Unidos; entretanto, a explosão da pandemia pulverizou seus avanços em menos de quatro semanas de lockdown norte-americano. Um indício de que o desenvolvimento dos últimos anos foi baseado em torno de conflitos comerciais, e não de uma política de desenvolvimento sustentável, que os Estados Unidos são capazes de construir com um governo razoavelmente responsivo.

Do outro lado da disputa presidencial temos Joe Biden, um candidato experimentado e que, durante toda a sua vida, exerceu cargos políticos importantes, no Senado, na vice-presidência e como articulador político durante o governo Barack Obama. Biden carrega consigo a responsabilidade de um político experiente e capaz de gerenciar uma agenda complicada para os próximos anos nos Estados Unidos. Além do titular, o Partido Democrata angariou ao seu quadro Kamala Harris, política combativa e certeira em seus posicionamentos, capaz de ser peça fundamental na construção de uma base aliada forte na defesa de políticas de desenvolvimento social para os Estados Unidos.

O que observamos nessa campanha presidencial norte-americana é um conflito muito enfático entre a política fake de Donald Trump, e a realidade, nem sempre conveniente, trazida por Joe Biden. O candidato democrata, apesar de suas fragilidades, é verdadeiro em sua história, é capacitado politicamente, é um vencedor na vida e, sem dúvida, sempre aguardou o momento correto para se destacar na política, agora como presidente dos Estados Unidos.

Biden foi uma escolha sábia entre as alternativas democratas, tendo em vista sua ampla aceitação social e sua capacidade de articular junto ao Congresso. Um candidato que já viveu a dinâmica do Legislativo e um político capacitado para a negociação política, algo para o qual Donald Trump se demonstra inapto. O que vamos observar com a vitória democrata é uma retomada de uma política coerente, amparada em bases mais modernas e atualizadas ao século 21, um presidente empático com as desigualdades, com as necessidades de diversos grupos étnicos e sociais dos Estados Unidos, uma grande virada de chave da política xenofóbica e preconceituosa dos últimos quatro anos.

Além disso, Biden estabiliza os mercados e os investimentos internacionais, sem os sobressaltos da política de Trump, baseada em publicações duvidosas e malcriadas nas redes sociais. O candidato democrata é um político que foge da polêmica, reservado nas atitudes e centrado nas decisões políticas, é a retomada segura e sensata de que os Estados Unidos e o mundo necessitam, em detrimento da política negacionista, inverídica e incapaz de Trump.

Acredito que o mundo vivenciou experiências políticas desastrosas, com a ascensão ao poder de políticos inexperientes e antissistema, que nada ou pouco fizeram. Óbvio que essa experiência serviu de alerta aos políticos tradicionais e seus erros, mas talvez seja o momento da crença na atividade política vigilante, e o primeiro passo será de vitória de Joe Biden para a presidência dos Estados Unidos.

Francis Ricken, advogado e mestre em Ciência Política, é professor da Escola de Direito e Ciências Sociais da Universidade Positivo (UP).

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