| Foto: Daniel Castellano/Gazeta do Povo

Em 14 de fevereiro de 2015, um domingo à tarde, três curitibanos estavam em uma reunião de família conversando sobre o atual momento de divisão da população brasileira, provocada pelo acirrado resultado das eleições presidenciais de 2014. A conversa fluía normalmente, como na casa de muitos outros naquele dia, mas algo os incomodava. Em um lampejo de inspiração, eles começaram a desenhar um projeto de união dos brasileiros em torno de uma pauta positiva comum. O que poderia fazer esta união de forma apartidária? O Brasil estava, e ainda está, com um Executivo e um Legislativo claudicantes e que não inspiram confiança. Desta forma, decidiu-se focar no apoio incondicional à Justiça e no combate à corrupção, através da Operação Lava Jato, naquele momento não tão conhecida como é hoje.

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E assim nasceu o Projeto Laços de Apoio ao Brasil. Começou com a instalação – e manutenção, até hoje – de laços verde-amarelos em frente à praça da Justiça Federal e em frente à sede da Polícia Federal. Depois veio a distribuição de milhares de adesivos para carros com a frase “Lava Jato – Eu Apoio”, entre outras ações. O grupo cresceu com amigos e hoje tem milhares de seguidores pelo Brasil através das redes sociais. Muitas outras cidades e movimentos de rua estão espalhando o conceito dos Laços, como o grupo Vem Pra Rua. O Projeto Laços procura canalizar a indignação como combustível para ações pacíficas, preferindo aplaudir quem investiga, prende, julga e condena do que apoiar confronto com suspeitos e condenados, respeitando sobretudo a dignidade da pessoa humana.

O apoio à Justiça e o combate à corrupção começam pela melhor escolha de nossos legisladores e gestores

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Atualmente, o projeto incorporou ao seu radar o apoio às Dez Medidas Contra a Corrupção e o combate à impunidade. Os Laços participaram ativamente na coleta dos 2 milhões de assinaturas e foram até Brasília, junto com outros movimentos, para entregar o projeto. Agora, estão acompanhando sua tramitação na Câmara e, depois, farão o mesmo no Senado, até que ele vire lei. Esse projeto tem mais amplitude que a Lava Jato, pois a operação tem o conceito corretivo de eliminar os focos de corrupção na esfera federal, enquanto as Dez Medidas são mais amplas, pois previnem novos focos de corrupção em todas as esferas do governo e da sociedade em geral.

Este domingo é dia de eleição. Vale a pena relembrar que o apoio à Justiça e o combate à corrupção começam pela melhor escolha de nossos legisladores e gestores, pois boa parte da corrupção está associada a um comportamento ilegal de quem ocupa um cargo público.

Corrupção, no seu sentido mais amplo, é o resultado de uma ação em que o objetivo é levar vantagem direta através de dinheiro, ou indireta pelo favorecimento de amigos e apoiadores de campanha ou de coligações de ocasião. Trata-se, na verdade, de uma espécie de egoísmo, individualismo de um determinado candidato, cidadão ou um grupo de cidadãos, em relação à comunidade.

Temos de sepultar a politica do toma-lá-dá-cá que prolifera no ambiente politico federal, estadual e local, e na negociação entre eleitor e candidato. A hora agora é de escolher muito bem em quem vamos votar, sem pensar em favores. E, depois disso, fazer um acompanhamento muito próximo do vereador e do prefeito eleito. Só assim, se todos “entrarem” na política, poderemos ter uma Curitiba melhor, livre de corrupção e líder na gestão moderna e eficiente. A participação política deve ser ato contínuo na vida do cidadão, pois sua vida é impactada diariamente pelas decisões boas ou ruins dos legisladores e gestores da cidade. Pense nisso ao votar.

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Emerson Granemann, empresário, é um dos criadores do projeto Laços de Apoio ao Brasil.