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Lula e a ofensiva para controlar a informação no Brasil

Lula Alexandre Moraes
O presidente Lula (PT) e o ministro do STF, Alexandre de Moraes. (Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil.)

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Não é de hoje que observamos diversas tentativas do governo federal, sob a liderança de Lula, de centralizar e controlar a informação no Brasil. Esse movimento, que parece ser parte de um plano orquestrado para controlar a narrativa e cercear a liberdade de expressão, levanta preocupações significativas sobre o futuro da democracia no país.

A realidade é que toda essa ação é uma tentativa de assegurar que a ideologia da esquerda se perpetue no poder, limitando vozes dissidentes e opiniões contrárias. Não precisamos voltar muito no tempo para perceber que algumas atitudes escancaram essas intenções. Prova disso foi a manutenção do veto da liberdade por parte do Congresso. A pressão popular e a oposição ao governo Lula fizeram com que a maioria dos parlamentares votassem para manter o veto 46/2021 imposto pelo governo Bolsonaro.

A manobra era mais uma tentativa de controle e perseguição política para a criminalização da mera manifestação de opinião – mas, para a esquerda, apenas “fake news”. Na esteira do controle da informação, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes é outro que sofreu um revés após cercear o uso das redes sociais de um ex-parlamentar do Paraná.

A 1ª Vara da Justiça Federal de Maringá reconheceu o abuso e condenou a União a pagar R$ 20 mil de indenização por danos morais devido a um "erro procedimental". A decisão de Moraes manteve o bloqueio do perfil de Homero Marchese (Novo) no Instagram por seis meses, sem comunicação ou justificativa prévia.

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Outra atitude que mostra a clara intenção de perpetuar a ideologia da esquerda está em outra canetada de Alexandre de Moraes, que derrubou a resolução do Conselho Federal de Medicina (CFM) contra o aborto, violando a autonomia do Conselho e ferindo o entendimento do próprio STF.  A decisão, que impedia o uso da assistolia fetal, método utilizado para o aborto após 22 semanas de gestação, é um exemplo disso. Ao atuar em questões tão sensíveis e polarizadoras sem um amplo debate legislativo, o STF acaba por centralizar ainda mais o poder decisório em Brasília.

O texto do Novo Código Civil é mais um claro exemplo dessa tendência. A toque de caixa, um dos mais importantes códigos da legislação brasileira, alterado em 2002, coloca em xeque a autoridade dos pais sobre os filhos e definha o entendimento jurídico sobre a importância da família.

A nova redação carrega diversas expressões nebulosas e prevê a adoção do conceito de autonomia progressiva de crianças e adolescentes. Um dos trechos faz menção à relação dos pais com filhos, como "violência psíquica". O texto sugere que “perderá o poder familiar” o pai ou a mãe que “submeter o filho a qualquer tipo de violência, de modo a comprometer sua integridade física, moral ou psíquica”. Outro ponto controverso fala sobre “exigir de seus pais a prestação de contas da administração que exerceram sobre os seus bens”. Os dispositivos, embora não tenham a carga explícita, dão brecha para a interpretação ideológica por magistrados e membros do Ministério Público.

Continuando ainda na esteira ideológica de Lula, o Projeto de Lei 8889/17, chamado de “PL da Globo”, visa regular a mídia e taxar as plataformas de comunicação digital. O projeto é uma clara afronta à liberdade de expressão e um ataque direto à liberdade de imprensa e ao direito à informação. Sob a falsa aparência de proteger o público, o PL pode, na verdade, ser ferramenta para censurar conteúdos e controlar a narrativa midiática, beneficiando aqueles no poder.

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Além disso, figuras alinhadas ao governo têm desempenhado papéis cruciais neste processo de centralização. Moraes, por exemplo, tem sido uma figura central na imposição de medidas restritivas sobre a liberdade de expressão, a pretexto de combater o discurso de ódio e a desinformação.

A nomeação de Paulo Pimenta para comandar a secretaria extraordinária da reconstrução do Rio Grande do Sul é mais um passo na tentativa de controle da narrativa. Como ministro da Secretaria de Comunicação do governo Lula, ele acumula uma série de fracassos na comunicação do governo, e mesmo assim foi o escalado paraestar à frente das ações e ditar o discurso do governo sobre a catástrofe que assola o povo gaúcho.

O PL da Censura é outra peça deste quebra-cabeça que busca a centralização da informação. O projeto de lei, que quer regulamentar o uso das redes sociais e combater a disseminação de fake news, é mais uma tentativa de limitar a liberdade de expressão nas redes sociais. Novamente sob a justificativa de proteger a sociedade, o governo parece estar avançando com medidas que, na prática, querem a todo custo silenciar críticos e opositores.

Todas essas ações recentes do governo são um movimento coordenado e escancarado para centralizar o controle da informação e restringir a liberdade de expressão no Brasil. As ações acendem o alerta e requer atenção e vigilância da sociedade civil para garantir que os princípios democráticos sejam preservados. Em um momento em que a informação é uma das principais armas contra o autoritarismo, qualquer tentativa de cerceamento deve ser vigorosamente contestada.

Diante de todas essas evidências, não podemos jamais esquecer a frase de George Washington: “Quando a liberdade de expressão nos é tirada, logo poderemos ser levados, como ovelhas, mudos e silenciosos, para o abate.”

Fabio Oliveira é deputado estadual pelo Podemos-PR.

Conteúdo editado por: Jocelaine Santos

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