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Quando falamos em mudanças climáticas, o tema parece estar muito longe do nosso dia a dia de empreendedor. Afinal, não discutimos a todo instante o relatório do IPCC publicado no fim de setembro de 2013 em Estocolmo, na Suécia, que mostra as bases científicas mais atualizadas sobre as mudanças climáticas. Neste documento ainda consta que há mais de 95% de certeza para confirmar que o homem é o responsável pela metade da elevação média da temperatura entre 1951 e 2010.

Este aumento de temperatura, por sinal, está causando enormes danos: afetando áreas com massa de gelo, que vêm diminuindo, aumentando o nível dos oceanos, entre outros. No caso do Brasil, a região árida pode ficar mais árida e nas regiões Sudeste e Sul pode chover mais ainda. Países que ficam abaixo do mar estão sentindo muito estes centímetros do avanço do mar.

E tudo isso graças à emissão dos gases estufa que vêm de queimadas, desmatamento, uso do combustível fóssil, dos processos industriais, dos processos de consumo, além de inúmeras outras maneiras que estamos intensificando geometricamente.

Mas, afinal, o que a sustentabilidade tem a ver com o empreendedorismo? Se estes empreendedores que estão em busca de novos tipos de investimento e investidores entenderem todo esse panorama ambiental como uma oportunidade, podem desbravar o caminho da economia verde, ou seja, a economia para investimentos em tecnologias verdes e infraestrutura natural.

Uma das tecnologias que elimina a queima de combustível fóssil (petróleo) é a geração de energia alternativa. No caso da energia eólica, de acordo com as análises da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), do Ministério de Minas e Energia, o Brasil deve atingir um crescimento de 600% nesta área até 2014 em relação a 2011, com 7 mil megawatts de capacidade instalada.

E, mais do que isso, há estímulos governamentais e mecanismos de leilões por parte do governo para incentivar ainda mais este tipo de negócio. Estudos do ministério ainda mostram um potencial eólico de 130 mil megawatts se considerados os geradores de 70 metros de altura; se forem utilizados geradores de 100 metros, o potencial pode dobrar.

Mas há um contraponto nisso tudo. Apesar de a energia solar no Brasil ser muito cara, nós já somos o 10º país no ranking mundial desse tipo de geração, segundo a Associação Brasileira de Refrigeração, Ar Condicionado, Ventilação e Aquecimento/Departamento Nacional de Aquecimento Solar (Abrava/Dasol). De acordo com a entidade, já temos mais de 200 empresas que trabalham com esse tema e o programa Minha Casa, Minha Vida, de construção de habitações populares pelo governo federal, vem utilizando essa tecnologia para algumas de suas milhares de casas construídas. Muitos estádios também estão utilizando essa modalidade para se preparar para uma Copa do Mundo mais sustentável e limpa. Porém, ainda há a necessidade de muito investimento e diminuição na tributação governamental. Fontes financiadoras, como Finep, CNPq, Sebrae e alguns fundos internacionais, vêm trabalhando com o foco de pesquisas em energias limpas e estimulando as empresas e pesquisadores a buscar melhorias e novas tecnologias neste assunto.

Citei somente dois exemplos de mercados na economia verde que estão crescendo e se desenvolvendo. Além destes, existem muitos outros que buscam exatamente uma nova forma de fazer negócios saindo do modelo tradicional e tendo desafios mais difíceis pela frente. Mas do que precisamos para isso? De empreendedores preparados, audaciosos e motivados para uma real transformação em sua realidade e na realidade do mundo, que é o maior patrimônio da humanidade hoje. Sem cuidados com o meio ambiente, não conseguiremos ter sucesso e empreender em qualquer região do planeta.

Marcus Nakagawa, sócio-diretor da iSetor, palestrante, professor da ESPM, presidente do conselho deliberativo e idealizador da Associação Brasileira dos Profissionais de Sustentabilidade

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