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Felipe Lima

O Dia Internacional da Mulher representa muito mais que uma homenagem à luta empreendida pelas mulheres ao longo do século passado para conquistar espaços e direitos. Esta data, hoje ressignificada pela amplitude do tema, é marcada por inúmeras vozes e pleitos, por inúmeras pautas e anseios, alicerçados nos mais diversos graus de emoção, razão, pensamentos e reflexões, cujos temas não podem ser ignorados, pois inegavelmente todos são reais e frutos de um processo histórico e cultural que justificam, sim, tudo o que é expressado, defendido e pleiteado.

É o momento de olhar para o passado – os marcos na história e as histórias marcadas –, mas também é o momento de olhar para o futuro: para onde estamos indo, onde queremos chegar, estar, ser e sentir.

Inegavelmente, nos últimos anos as mulheres consolidaram posição de destaque em diversas áreas. Profissões que no século passado eram dominadas por homens estão passando a ter suas fileiras preenchidas por mulheres. Elas passaram a ocupar posições de gestão, de tomada de decisões e de governabilidade.

Quanto maior a compreensão quanto às pautas femininas, mais rápida será a efetivação de uma sociedade mais justa

Estudos atuais corroboram e evidenciam, por exemplo, que empresas nas quais homens e mulheres se encontram em condições de igualdade (salarial, de oportunidades e notadamente de poder de gestão e decisão) são mais competitivas e criativas, gerando resultados muito superiores àquelas nas quais a gestão é exclusiva de um gênero. E este reflexo positivo é percebido em todas as demais esferas – nos núcleos familiares, na política, na economia, nos espaços culturais e em todos os mais variados espaços da vida nos quais o sentimento de igualdade prevalece. Portanto, não há como negar o reflexo positivo do equilíbrio entre homens e mulheres.

Entretanto, apesar das mudanças que já começam a se manifestar, ainda vivemos numa realidade marcada pela desigualdade entre os gêneros, pois as heranças históricas ainda estão enraizadas na sociedade, ora ainda veladas, ora escancaradas.

É justamente esta desigualdade ainda latente e real, fruto da história que inegavelmente ainda tem suas marcas na atualidade, que fundamenta a necessidade de persistir e intensificar o diálogo sobre a valorização da mulher, os direitos femininos e o papel da mulher na sociedade, em suas mais diversas áreas.

De fato, o momento em que vivemos é ainda uma fase de transição, de mudança de modelos de comportamento (mesmo aqueles inconscientes), de mudança de cultura. E é por isso que devemos manter nossos olhares no papel que a mulher vem ocupando na sociedade.

Esta é uma realidade já em transformação, sem justificativa para retroceder, de forma que, quanto maior for a compreensão quanto às pautas femininas, mais rápida será a efetivação de uma sociedade mais justa e igualitária, cabendo aos homens e às mulheres assumirem, juntos, seus papéis protagonistas e de agentes de transformação, deixando de lado discursos cegos e antiquados, calcando-se na certeza de que, juntos, todos têm a ganhar!

Luciana Sbrissia Silva Bega é presidente da Comissão da Mulher Advogada da OAB Paraná e atua na área de Direito do Trabalho.
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