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A educação continua sendo um grave problema no Brasil e a esperança é que o Plano Nacional de Educação (PNE) consiga melhorar esse quadro. As metas estipuladas demonstram que existe muito trabalho pela frente e as mudanças devem acontecer em todos os setores da educação.

Numa prévia do Relatório de Observação sobre as Desigualdades na Escolarização do Brasil, produzido pelo comitê técnico do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES), ficou constatado que a frequência das crianças em idade de pré-escola (4 a 5 anos) subiu de 62% para 78%, entre 2005 e 2012.

Considerando o modelo atual de educação no Brasil, todo aumento é uma conquista significativa. Porém, chegar à meta de 100% para essa faixa etária até 2016, valor estipulado pelo PNE, não será fácil. Assim como não é simples manter essas crianças frequentando as aulas, quando enfrentam todos os tipos de dificuldades.

Muito além de estipular metas, a educação brasileira precisa ser avaliada. O processo de ensino precisa ter uma qualidade superior ao que é ofertado atualmente. Além disso, precisamos dar condições para que os alunos não deixem de ir para a escola. Em muitas regiões, ainda não existe um transporte escolar decente, uma alimentação adequada para os estudantes, uma boa estrutura de escola e, o mais preocupante, os professores não são valorizados como deveriam. A soma de todos esses fatores afeta diretamente o ensino.

Todas essas questões mostram a realidade da educação brasileira, que está desestruturada. Então, como podemos almejar um país melhor, se ainda persistem os problemas de princípio básico da educação?

É notório que questionamentos e críticas ao sistema de ensino existem aos montes. Mas o que de fato cada um tem feito para tentar reverter essa situação? A cidadania é exercida individualmente, não podemos esperar apenas soluções por parte do poder público. Arregaçar as mangas requer muito mais consciência do que simplesmente criticar políticas públicas.

Foi com esses questionamentos que, há cerca de cinco anos, começamos a pensar em estruturar um projeto social, que deveria ser um modelo de ensino para a sociedade. A convicção de fazer a diferença para algumas crianças nos uniu para criar o Centro de Educação João Paulo II, em Piraquara.

Nosso ideal sempre foi o de melhorar as condições de ensino das crianças carentes da região e que, com muita luta e trabalho árduo, estamos conseguindo fazer. Hoje, com pouco mais de quatro anos de existência, o Centro atende quase 300 crianças e jovens que, certamente, conseguirão ter uma expectativa melhor de futuro.

A ideia é que o projeto se expanda e consiga atender mais alunos. Não somente isso: que a escola sirva de modelo para que novos Centros sejam criados e mais crianças possam ser atendidas. O sonho pode ser alto, mas a experiência demonstra que é viável. Num Brasil de desigualdades sociais, nós, cidadãos, precisamos nos unir para um bem comum maior: o futuro das nossas crianças.

Elizabeth Bettega Castor é presidente do Centro de Educação João Paulo II.

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