Esplanada dos Ministérios, Brasília.| Foto: Leonardo Sá/Agência Senado
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Quem disse que o Brasil era o país do futuro, que Deus era brasileiro, e onde se plantando tudo dá etc.? Verdadeira mesmo é a piada em que pessoas do mundo inteiro reclamam a Deus porque o Brasil não tem terremotos, furacões, tsunamis etc., enquanto o resto do mundo sofre com todos esses desastres naturais. Ao que Deus responde: “esperem só para ver o povinho que eu vou colocar lá”. Nada mais real e triste.

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Como pode um país ser considerado sério quando o chefe supremo da nação, com seu comportamento, atos e declarações, não se orienta pela normalidade e sim pela irracionalidade, pelas ameaças? Um eleito que, durante o período eleitoral, prometeu um governo liberal, de combate à corrupção, reformas etc., e nada disso realiza. Ao contrário, acabou com a maior operação de combate à corrupção do país e abriu as portas da cadeia para que libertassem o maior corrupto do mundo. Enganou a todos com suas promessas vãs.

Como pode dar certo um país em que parte de seu Congresso – deputados e senadores – é “ficha suja”, sendo que o presidente da Câmara Federal é réu na Justiça? Em que parte da imprensa deixou de ser confiável e tornou-se um partido político? Como um país pode ser respeitado e confiável se ex-presidentes da República custeados com dinheiro público vão ao exterior para enxovalhar este próprio país?

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Como pode um país dar certo quando parte de sua população mais abastada falsifica dados para receber auxílio emergencial destinado aos mais pobres? Em que “profissionais” de saúde fingem aplicar vacinas contra o vírus da Covid-19 nas pessoas indicadas, e na realidade não as aplicam? Em um país no qual os governantes politizaram a pandemia pensando nas próximas eleições e não na população?

Pode um país se desenvolver com carência de saúde, saneamento, moradia, analfabetismo, fome, educação, mas com recursos desviados para outras prioridades? Um país no qual até igrejas que já pagam poucos impostos querem mais isenções, no qual caminhoneiros e funcionários públicos viraram chantagistas, ameaçando parar o país se suas reivindicações não forem sempre atendidas? Um país onde todos querem levar vantagem com seu jeitinho de ser?

Nenhum país do mundo, seja hoje ou daqui a milênios, aqui ou em qualquer lugar desse universo, pode dar certo quando a desonestidade, a corrupção e o mau caráter são premiados. Como pode um país dar certo se o honesto, trabalhador e pagador de impostos virou sinônimo de imbecil e trouxa? Como pensar diferente quando a Justiça premia com a liberdade, restituindo seus poderes políticos, um corrupto, ladrão, mau caráter, vigarista que roubou o país? É este exatamente o caso deste país que não pode dar certo, quando uma suprema corte que deveria ser a guardiã da justiça, da lei, da ordem e da Constituição faz de tudo para seu descrédito.

Até a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) anunciou que irá criar um grupo para monitorar permanentemente o combate à corrupção no Brasil. Pela primeira vez uma entidade desta natureza tomou esse tipo de medida (quer vergonha maior?), pois este país não dissemina boas práticas de gestão, há insegurança jurídica e investimentos estrangeiros deixam o país.

O Brasil é um país corrupto, desonesto, que não entende os problemas da população e, se os entende, não busca soluções para resolvê-los. Não tem como dar certo, e não vai dar certo nunca, nunca. “O Brasil não é um país sério” – se a frase foi dita por Charles De Gaulle ou por outro, pouco importa, porque não é mesmo.

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Cláudio Slaviero é empresário, ex-presidente da Associação Comercial do Paraná e autor do livro “A vergonha nossa de cada dia”.

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]