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O Brasil adotou, nos últimos anos, políticas de desenvolvimento e distribuição de renda que, para além de seus objetivos mais específicos, geram efeitos positivos na economia em geral. Porém, para aprofundar essas conquistas e sustentar um crescimento econômico de longo prazo, são necessárias também estratégias locais, que contemplem as especificidades de cada território.

É exatamente isso que o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) – mais especificamente, por meio da iniciativa Articulação de Redes Territoriais (ART) – vem defendendo e procurando divulgar a governos e organizações de todo o mundo. Não por coincidência, o Brasil foi contemplado pelo Pnud para ser a sede da segunda edição do Fórum Mundial de Desenvolvimento Econômico Local, que está ocorrendo em Foz do Iguaçu e termina na sexta-feira. Pesou na decisão não só a importância do país, mas também o fato de Foz estar em uma fronteira de convivência pacífica entre três países.

Pensar no desenvolvimento econômico local é algo hoje fundamental para o Brasil e para a América Latina, onde há a cultura de importar soluções prontas de países mais desenvolvidos. Ou, então, busca-se atrair esta ou aquela grande indústria, que traria na bagagem a solução para os problemas econômicos.

Já o desenvolvimento local segue uma lógica diferente. Significa ter foco sobre o potencial efetivo dos territórios, avaliar seus pontos fortes e estimulá-los, minimizar fraquezas, ter em conta as particularidades culturais e, em especial, o potencial da população. Este é fator crucial para o desenvolvimento e tem tanto ou mais peso que a disponibilidade de recursos naturais, ou que a capacidade de investimento de atores econômicos.

É por tudo isso que o 2.º Fórum Mundial de Desenvolvimento Econômico Local veio para o Brasil em um momento oportuno, em que temos políticas públicas e condicionantes macroeconômicas positivas, que possibilitam a cada território lançar um olhar sobre si, para criar sua própria estratégia, com uma visão de longo prazo e de sustentabilidade.

No Fórum, serão discutidos diversos temas ligados ao desenvolvimento local, como o estabelecimento de governança, ou seja, um bom ambiente de diálogo e interação entre os atores públicos, privados e o terceiro setor. Abordará também o papel de governos subnacionais, de agências de desenvolvimento, das parcerias público-privadas, dos arranjos produtivos e das instituições de ensino, que são todos fundamentais para a execução de um plano que permita formar e organizar as capacidades necessárias para concretizar a visão de desenvolvimento.

A Itaipu Binacional e o Sebrae são instituições que tradicionalmente têm o compromisso de trabalhar em prol do desenvolvimento dos territórios em que atuam e, por isso, firmaram parceria para promover esta segunda edição do Fórum no Brasil. De sua parte, o Pnud espera chamar a atenção para a temática do desenvolvimento econômico local e que o assunto passe a integrar, definitivamente, a pauta de governos municipais e estaduais, além de todas as instituições capazes de influenciar os rumos de um determinado território.

Jorge Miguel Samek, engenheiro agrônomo, é diretor-geral brasileiro da Itaipu Binacional. Luiz Barretto, sociólogo, é presidente nacional do Sebrae.

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