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Iniciada a temporada de verão no litoral paranaense retorna o debate sobre o potencial turístico da região, a falta de investimentos e a necessidade de se montar um plano estruturado de sustentabilidade para que os municípios litorâneos não dependam apenas de pouco mais de dois meses de temporada e alguns feriados prolongados.

E esse plano estaria focado no turismo e na geração de emprego e renda por meio do incremento das atividades empresariais específicas da região.

A exemplo do que aconteceu no Fórum Futuro 10 Paraná, promovido pela RPC, as principais lideranças empresariais, sociais e políticas do estado poderiam se reunir para discutir e apresentar um plano estratégico integrado para o desenvolvimento do litoral paranaense.

O foco seria a criação de uma visão de futuro, compartilhada e uniforme, com base na investigação, visão de resultados, planejamento e sustentação, criando mecanismos de geração de riquezas perenes e crescentes nos municípios litorâneos.

Para citar algumas potencialidades, o litoral paranaense tem condições de viabilizar clusters ou cooperativas para a produção de artesanato, mel, hortifrutigranjeiros e moluscos marinhos, como a das ostras em cativeiro, que revolucionaram comunidades de pescadores em Florianópolis, Santa Catarina. É de lá que vêm as ostras servidas em grande parte dos restaurantes de Curitiba, quando poderiam vir do litoral paranaense.

Aliás, é para o litoral catarinense que perdemos grande parte dos turistas que deveriam estar nos nossos balneários. Justamente porque o litoral do estado vizinho esbanja infra-estrutura e oferece atividades durante o ano inteiro. Balneário Camboriú, por exemplo, prevê para 2007 um orçamento de R$ 209 milhões, basicamente sustentado nas atividades turísticas: não somente as da alta temporada, mas as do turismo de terceira idade no mês de maio, do turismo de negócios, gastronômico ou das festas de outubro.

Exemplos tão próximos precisam nos fazer acordar para a necessidade urgente de pensar no litoral do Paraná como um agregador de riqueza para outras regiões.

Nosso litoral precisa ter acesso a uma fatia maior dos investimentos estaduais e federais para o turismo a fim de que essa atividade seja a mola propulsora das localidades que se sustentam com dificuldades por pura carência de infra-estrutura adequada.

Potencial nós temos. São muitos os projetos criativos e altamente viáveis para desenvolver o turismo em todo o litoral do Paraná. Um deles, o corredor de turismo, modernizará ainda mais o Porto de Paranaguá, dando-lhe uma nova função, pois dotará o Porto de toda a infra-estrutura necessária para receber os turistas dos grandes transatlânticos, com a construção de um píer dedicado a esse tipo de embarcação, que costuma trazer, cada uma, cerca de dois mil turistas de alto poder aquisitivo.

Com esse ambicioso projeto, Paranaguá se credenciará para ser o portão de entrada dos turistas estrangeiros no Paraná pelo mar, assim como Foz do Iguaçu é portão de entrada de visitantes do Paraná pelo ar. Queremos ser o distribuidor de turistas do litoral para outros destinos do nosso estado, fazendo com que surjam novos produtos turísticos como passeios e traslados para as formações rochosas de Vila Velha, o Cânion Guartelá, ou programações culturais nas cidades de Curitiba, Londrina ou Maringá.

Há ainda projetos como o terminal de embarcações, que prevê a interligação de visitantes de todas as cidades do litoral e ilhas pelo mar; a revitalização da Praça Nossa Senhora do Rocio, com o intuito de reforçar as festas religiosas litorâneas; e ainda idéias para dinamizar a Serra da Graciosa e as festas culturais e gastronômicas do litoral. Há, enfim, uma série de oportunidades viáveis esperando por um incentivo, por vezes pequeno se comparado aos benefícios que trará para as comunidades locais e ao retorno que dará para a economia do Paraná.

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