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A crônica das riquezas do Paraná começou com mitos e lendas de jazidas de ouro e prata que não existiam, para realizar-se com tesouros que hoje fazem a grandeza do estado. Já no século 18, o superintendente das minas do Sul do Brasil, Salvador Correia de Sá, trouxe especialistas da Europa para garimpar filões. O progresso apareceu no Ciclo das Tropas, o fluxo de gado vacum e equino pela estrada Viamão-Sorocaba, indo até por volta de 1870. A seguir, vieram a atividade pastoril e, em vez do ouro amarelo, a opulência do ouro verde do café dinamizou o desenvolvimento no século 20.

Descobriu-se que a força do Paraná não estava no subsolo, mas na fibra do povo.

Acompanhar a saga desse estado é um deleite para quem se interessa pela formação histórica do país. Rico, desenvolvido, com elevados indicadores sociais, o Paraná é um dos vetores do Brasil moderno. Com 5% da população, responde por 5,6% do Produto Interno Bruto nacional. Um dos fatores desse progresso é o alto nível alcançado pela ciência, tecnologia e inovação no estado, como se verifica em Itaipu, onde o Parque Tecnológico desponta como uma usina de novidades, destacando-se, no céu aberto por Santos Dumont, o avião de motor elétrico que há pouco decolou para um voo tripulado inédito na América Latina.

Descobriu-se que a força do Paraná não estava no subsolo, mas na fibra do povo

O sucesso do Programa de Veículos Elétricos do Parque Tecnológico de Itaipu, que já desenvolveu 80 protótipos de caminhões, ônibus, automóveis e carros 4x4, é atestado pelo avião de energia limpa e um automóvel que há pouco correu com êxito entre Foz do Iguaçu e Assunção. As experiências bem-sucedidas atestam o acerto do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação ao investir nesses e em variados projetos. No momento, estamos apoiando o desenvolvimento de baterias de níquel e sódio e outras iniciativas de elevado teor científico e tecnológico, todas visando a superar deficiências no Brasil no campo estratégico da inovação.

O Parque Tecnológico de Itaipu (PTI) repete as vocações e segue os passos da empresa binacional da qual surgiu – a maior hidrelétrica do mundo em geração de energia. Foi criado em 2003 para consolidar e ampliar a marca de inovação, pioneirismo e empreendedorismo de Itaipu, responsável por alterar o perfil das matrizes energéticas do Brasil e do Paraguai de modo que ambos os países vieram a se tornar referências mundiais em sustentabilidade e em geração de energia.

A ciência e a tecnologia irrigam outra fonte de riquezas do Paraná: o moderno agronegócio, que herdou o dinamismo do ciclo do café. Sabemos que a agropecuária deve crescer 4% em 2015. A safra de grãos será, mais uma vez, a maior da história, graças, em larga medida, à utilização intensiva de biotecnologia e tecnologia da informação na gestão dos negócios. Nesse voo de progresso, o estado fornece competitividade a um setor em que o Brasil vem se destacando internacionalmente, conquistando mercados e divisas que sustentam a economia nacional.

Aldo Rebelo
é
ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação.
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