Imagem ilustrativa.| Foto: Oli SCARFF/AFP
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Durante muito tempo, avaliar um aluno tinha como objetivo classificar e rotular os melhores e os piores em sala de aula. Atualmente, a avaliação tem outro status: ela é vista como uma das mais importantes ferramentas que os professores possuem para alcançar o principal objetivo da escola: fazer com que todos os alunos, de fato, aprendam. E não adianta o professor ter um planejamento incrível se o ponto de partida estiver além da capacidade de seus alunos. Seria como exigir que eles subissem uma escada com degraus mais altos que suas pernas conseguissem alcançar.

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Este sempre foi um dos principais desafios dos professores: enxergar em que nível de desempenho e aprendizagem está cada um de seus alunos. Em 2021, esse desafio será acentuado. Estamos vindo de um ano de distanciamento entre professor e aluno, de um período em que as trocas foram reduzidas ou limitadas. O ensino remoto tirou do professor a chance de lançar aquele olhar sensível e desenvolver o feeling que só o ensino presencial permite. E, nesse contexto, as avaliações se tornam ainda mais indispensáveis. Mais do que nunca, é importante encontrar caminhos para medir a qualidade do aprendizado e oferecer alternativas para uma evolução mais consistente.

Novamente, temos a tecnologia para nos salvar. À medida que a pandemia avançava, as ferramentas tecnológicas a serviço da aprendizagem também foram evoluindo. Hoje, para identificar com segurança o nível de aprendizagem de uma criança ou jovem, é possível lançar mão de um conjunto de recursos ao alcance de um clique. Por meio de plataformas, os professores têm à disposição avaliações e conteúdos digitais prontos para serem aplicados. Tudo isso vai proporcionar relatórios precisos que vão permitir associar as competências e habilidades dos alunos em relação a um objeto de conteúdo. Imagine o professor poder, com alguns cliques, identificar aqueles alunos que estão com dificuldade ou prejuízo de aprendizagem na habilidade x ou y.

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Em qualquer processo de avaliação da aprendizagem há um foco no individual e no coletivo. Quando se identifica lacunas em comum, pode-se trabalhar a correção dessas fragilidades em grupos para os quais as dificuldades sejam as mesmas. Mas a tecnologia também é primordial para dar ao professor a chance de individualizar as intervenções necessárias. Essas avaliações detalhadas favorecem inclusive a implementação de metodologias ativas no processo de aprendizagem, que é algo que estimula bastante o aprendizado do aluno. Para fazer, por exemplo, uma sala de aula invertida, o professor consegue, por meio desses relatórios, identificar quais assuntos ele pode abordar. Não se pode levar pontos de fragilidades para uma sala de aula invertida, e por isso os relatórios ajudam a identificar as melhores escolhas.

Recomendado pelo Conselho Nacional de Educação para a retomada das aulas presenciais, o processo de avaliação tem ajudado a verificar a efetividade do ensino remoto e identificar as defasagens no aprendizado durante o ano que passou. Mas não fica apenas nisso. Com essas avaliações, temos a chance de mostrar para nossos alunos, e também para os pais, que 2020 não foi um ano perdido. Com um diagnóstico cuidadoso e bem elaborado, pode-se planejar um retorno de maneira segura, organizada e eficiente, minimizando os prejuízos e maximizando as conquistas.

Rita André é gerente de avaliações do Sistema Positivo de Ensino.

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]