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Orlando Pessuti com certeza será o candidato do PMDB a governador do Paraná. Ninguém concebe que o maior partido do Estado em número de prefeitos e vereadores, com expressiva bancada de deputados estaduais e federais, detendo a chefia do Poder Executivo estadual fique de fora da disputa governamental.

O vice-governador Orlando Pessuti tem longa história de serviços prestados à coletividade. Seu primeiro mandato de deputado estadual foi em 1982, reelegendo-se cinco vezes. Presidiu a Assembleia Legislativa do Paraná de 1993 a 1995 e chegou pela primeira vez ao governo do Estado em licença simultânea do governador Roberto Requião e do vice Mario Pereira.

Desde 1986, Orlando Pessuti presidiu o bloco parlamentar agropecuário e foi líder do PMDB e do governo por várias vezes. Continuou defendendo os interesses dos produtores rurais como secretário da Agricultura de Roberto Requião.

Vice-governador em dois mandatos (2002 a 2006 e 2006 a 2010), assumiu 27 vezes o governo do estado em licenças por viagem do Requião, e conhece perfeitamente a máquina administrativa, embora tenha atuado sempre de forma discreta como determina a educação política e sua lealdade, jamais posta em dúvida, ao titular do cargo.

Roberto Requião com certeza concorrerá ao Senado Federal em 2010, embora frequentemente seja lembrado para a Presidência da República por correntes nacionalistas e setores do PMDB.

Por exigência legal, Requião vai afastar-se seis meses antes do pleito e o vice-governador completará o mandato. Orlando Pessuti vai tomar as rédeas do poder de fato e de direito, concentrando a responsabilidade de dirigir o destino do estado e imprimindo sua marca pessoal com a caneta nas mãos.

Obviamente, o novo governante seguirá as diretrizes gerais do governo Roberto Requião, contudo nada impede que sinalize rumos condizentes com sua própria personalidade de homem público.

Pessuti tem uma credencial única de renúncia e desprendimento como político, ao ser eleito e nomeado para o ambicionado Tribunal de Contas e não assumir o cargo para concorrer novamente a vice-governador, no último pleito.

A eleição presidencial com certeza vai exercer forte influência na sucessão paranaense. Dilma Rousseff, a ungida pelo presidente Lula, poderá representar poderoso fator de fortalecimento para Orlando Pessuti caso o Partido dos Trabalhadores se alie ao PMDB, completando a chapa com o vice e/ou um dos senadores. Outro fator positivo é a forte candidatura ao Senado de Roberto Requião, sem dúvida um catalisador de votos.

Se a coligação PMDB-PT não se concretizar, Dilma será prejudicada porque áreas do PMDB serão atraídas para José Serra ou Aécio Neves do PSDB, que já contam com apoios declarados de peemedebistas em São Paulo e Pernambuco. Essa circunstância deverá ser levada em conta pelo PT para preterir Osmar Dias em favor de Pessuti. Uma coisa é certa: o pleito paranaense para governador sofrerá influxo fulminante da eleição presidencial.

Com certeza o Paraná elegerá para governador um nome provindo do velho MDB de guerra: Pessuti, Álvaro, Osmar ou Richa.

Léo de Almeida Neves é membro da Academia Paranaense de Letras, ex-deputado federal e ex-diretor do Banco do Brasil.

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