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A saúde mental no trabalho virou uma questão muito importante para garantir que as pessoas se sintam bem e também tenham um bom desempenho profissional. Com as pressões do dia a dia, é fundamental que tanto as empresas quanto os funcionários reconheçam o quanto o bem-estar psicológico influencia a qualidade de vida no ambiente de trabalho.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o estresse causado pelo trabalho é um dos principais motivos de baixa produtividade nas empresas. Estima-se que 12 bilhões de dias de trabalho são perdidos anualmente devido à depressão e à ansiedade, com custo à economia global de quase um trilhão de dólares. Relatório da Organização Internacional do Trabalho (OIT/ONU) afirma que, ao contrário do que muitos imaginam, o impacto da Saúde Mental sobre o trabalho é tão relevante nos países de baixa renda quanto nos países desenvolvidos. Um documento foi elaborado a partir de enquetes feitas com 420 mil pessoas, em 71 países e em 13 idiomas, e usou um quociente de saúde mental que avalia capacidades cognitivas e emocionais, incluindo a habilidade de lidar com o estresse e de funcionar de forma produtiva.
Hoje, muitas pessoas enfrentam ansiedade, depressão e estresse, o que pode afetar sua saúde física, aumentar o número de faltas e fazer com que troquem de emprego com mais frequência. Quando os funcionários se sentem sobrecarregados ou desvalorizados, sua motivação diminui e a produtividade cai, trazendo prejuízos financeiros para as empresas que não investem em cuidar do bem-estar emocional de seus colaboradores.
“A pandemia de Covid-19 teve um impacto significativo na saúde mental devido a uma série de fatores estressantes, como isolamento social, preocupações com a saúde, incertezas econômicas e perda de entes queridos”, avalia o psiquiatra Elton Kanomata, do Hospital Israelita Albert Einstein. “O Brasil foi afetado de forma significativa, com altas taxas de infecção, mortalidade e abalo econômico. O impacto prolongado da pandemia pode ter contribuído para o quadro de estresse crônico e ansiedade, comprometendo a saúde mental da população”, afirmou em entrevistas veiculadas na imprensa. Em nosso país, estamos enfrentando uma segunda pandemia, agora de saúde mental.
Por isso, criar um ambiente de trabalho positivo é essencial para a recuperação de distúrbios mentais e emocionais, exacerbada durante a pandemia, sabendo que ainda estamos lidando com a persistência dos baixos índices de saúde mental. Algumas ações simples podem fazer muita diferença. Por exemplo, oferecer programas de apoio psicológico, com terapias e coaching contribuindo na satisfação e no engajamento dos funcionários. Além disso, promover atividades que incentivem a convivência e o bem-estar, como eventos sociais, workshops sobre saúde mental ou práticas esportivas, também contribui para um clima mais saudável. Algumas empresas já adotaram essas estratégias com sucesso, oferecendo espaços de relaxamento, mindfulness e serviços de telessaúde mental, o que resultou na redução do estresse, menos faltas e maior produtividade.
Investir na saúde mental não é só uma responsabilidade social, mas uma estratégia inteligente para garantir a sustentabilidade da empresa. Quando os funcionários se sentem valorizados e seguros emocionalmente, eles se motivam mais, produzem melhor e permanecem por mais tempo na organização. Além disso, criar uma cultura de respeito, empatia e transparência faz com que o ambiente de trabalho seja mais saudável, atraindo talentos e fortalecendo a reputação da empresa no mercado.
Em resumo, priorizar a saúde mental no trabalho é uma estratégia que traz benefícios para todos. Empresas que investem nesse cuidado criam uma cultura mais positiva, atraem talentos e garantem um futuro mais saudável e sustentável. Essa união entre empregadores e colaboradores faz toda a diferença para construir ambientes de trabalho mais humanos, produtivos e felizes.
Wilza Brosig é psicóloga e master coach na consultoria corporativa 9as6 – People & Culture Development.
