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O mundo atual vive uma atmosfera de graves problemas correlacionados à organização e à administração política. Podemos assegurar que esse problema advém do desequilíbrio entre a “ciência política” aproximada da estagnação ou obscuridade e os avanços tecnológicos, científicos ou culturais.

A política,definida como a “arte ou ciência de governar, organizar, dirigir, administrar nações e Estados, em seus negócios externos e internos”, nos conduz a refletir sobre sua elevada realidade.

É plenamente justificável a ideia de que a “verdadeira política”, nivelando-se à filosofia, ao magistério, aos mais altos ideais, ascende a todas as profissões, em virtude de suas possibilidades para criar leis, reformar o mundo.

É realmente algo grandioso, que nos apavora diante da figura de nosso homem público, comumente despreocupado, sem base técnica e idealística para assumir posição tão elevada. Os alicerces não devem ser mais profundos, mais seguros, quanto mais alto o edifício? Reside aí a razão de inúmeros políticos fracassados, destruídos, verdadeiros “Neros” das civilizações.

Há décadas passadas concluímos sobre a necessidade de três elementos imprescindíveis para o exercício da profissão política: curso superior; ideal a conquistar; e pós-graduação para especialização em Política Administrativa

Aqueles que pensam defender uma causa sem conhecê-la plenamente raciocinam superficialmente, não atingindo as raízes dos problemas. É evidente que a inaptidão dos falsos políticos conduz à improvisação de métodos, os quais raramente ou ocasionalmente atingem os objetivos previstos.

Há décadas passadas, após uma análise profunda inspirada no modelo de personalidade política do deputado Aldo Laval, meu pai, concluímos sobre a necessidade de três elementos imprescindíveis para o exercício da profissão política: curso superior; ideal a conquistar; e pós-graduação para especialização em Política Administrativa.

O ideal assinalado corresponde a uma defesa de tese, a qual, se devidamente aceita ou aprovada, promove direito ao candidato de ingressar no curso de pós-graduação, sem conotação partidária, com duração de dois anos. Além da fundamentação teórica exigida (Filosofia, Sociologia, Relações Humanas, Problemas e Direitos Humanos, Psicologia Social), seria um plenário de profissionais ou técnicos idealistas, das diversas áreas profissionais de nível superior, a apresentar e discutir seus ideais através de projetos, os quais seriam aprimorados.

Evidentemente, o referido curso seria exigido a todo candidato a cargos políticos, de chefia ou administrativos. Recursos contra o empreguismo.

Nas diversas áreas profissionais seriam delineados “problemas sociais” para serem analisados. Explicitemos: para médicos, psiquiatras e psicólogos, saúde física e mental, e terapias comunitárias; para advogados, justiça social, “caixa protetora do pobre” (projeto de Aldo Laval) com recursos advindos de jogos, espetáculos artísticos; para agrônomos, Agroindústria e cooperativas; para engenheiros, casas populares sem objetivo de lucro, projeto já concretizado por Aldo Laval com a denominação “Caixa de Habitação Popular” (pioneiro no Brasil, aprovado pela Lei 360, de 5 de julho de 1950, que veio a beneficiar milhares de famílias de baixa renda até 1965, quando foi substituído pelo BNH); para professores, psicólogos e assistentes sociais, desemprego e orientação vocacional.

Somente assim a sociedade deixaria de ser cobaia nas mãos de politiqueiros. Teríamos os geniais e insígnes profissionais políticos, competentes, interessados e pragmáticos, encontrados nas demais áreas profissionais, e uma sociedade conduzida a uma melhor condição de vida com destino à emancipação social.

Deusdith Laval Malucelli é pedagoga pela Universidade Federal do Paraná e concursada em Psicologia.
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