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Protestos em Hong Kong em 2019 foram classificados pela agência como “verdadeira ameaça à democracia”
Protestos em Hong Kong em 2019 foram classificados pela agência como “verdadeira ameaça à democracia”| Foto: EFE/EPA/JEROME FAVRE

O ano de 2021 chegou ao fim. Apesar de ser o segundo ano de pandemia, vivemos uma situação mais controlada. O cenário é mais positivo se comparado com o que passamos. Mas e quanto à democracia, temos o que comemorar? Infelizmente não: vivemos uma verdadeira pandemia no mundo contra os princípios democráticos.

Ao longo do ano, nós chamamos a atenção em várias frentes sobre o tema, que tratamos desde 2019, quando lançamos o movimento Democracia Sem Fronteiras. Recentemente, projetamos no Congresso Nacional frases sobre as liberdades religiosa, de imprensa, meio ambiente e direitos humanos. O foco é alertar a população quanto à importância da luta pela democracia, mas o que vimos, durante 2021, foram retrocessos no Brasil e no mundo.

Vivemos uma verdadeira pandemia no mundo contra os princípios democráticos.

Um movimento iniciado pelo presidente dos EUA, Joe Biden, pretende “separar o joio do trigo”, visando reunir países democráticos em um bloco. A China não foi convidada a participar e, desde então, tem feito uma ofensiva para dizer que é um país democrático, com um modelo diferente e melhor que o americano, o que é um verdadeiro desserviço à humanidade, pois em uma democracia não há uma perseguição a povos, como no caso dos uigures na China; nem prisão de jornalistas, como o governo chinês fez em Hong Kong; tampouco, e igualmente grave, não há prisões como a do médico que informou os primeiros casos de coronavírus em Wuhan.

Há violações democráticas no mundo inteiro, mas não são todos os países que estão preocupados com a temática. O relatório publicado em março de 2021 pela V-Dem, instituto de mesmo nome ligado à Universidade de Gotemburgo, na Suécia, classificou o Brasil como o quarto país que mais se afastou da democracia em 2020; por isso, temos de estar vigilantes. O mundo todo passa por um momento crítico de acordo com o instituto, mas alguns países estão em situações mais preocupantes, como Índia e Turquia.

No próximo ano, pretendemos continuar nossa luta no Brasil pela defesa intransigente da democracia. Principalmente por ser um ano importantíssimo, o ano eleitoral, precisamos que os candidatos defendam a democracia no Brasil e no mundo. Não somos uma ilha; devemos seguir o exemplo dos EUA, que tentam justamente restabelecer os valores democráticos com uma união diplomática entre os países. Além disso, vamos seguir chamando a atenção para o fato de o país mais populoso do mundo –e que muito em breve pode tornar-se a maior economia de mercado mundial – não ser uma democracia e tentar deturpar esse valor, impondo seu modelo ao mundo.

Jorge Ithallo é presidente do grupo Democracia Sem Fronteiras.

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