• Carregando...

A Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a ser realizada em 2012, reunirá chefes de Estado e de governo, duas décadas depois da ECO 92

Nos quatro artigos anteriores, divulguei as minhas ideias sobre a Reforma Política em discussão no Congresso Nacional. A partir de hoje, ocupo este espaço para escrever sobre a Rio+20 – a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a ser realizada entre 4 e 6 de junho de 2012, no Rio de Janeiro, que reunirá chefes de Estado e de governo para avaliar as últimas décadas e discutir o futuro da humanidade, nos seus aspectos ecológicos e sociais, duas décadas depois da ECO 92.

Por meio de uma portaria interministerial, o governo criou a Comissão Nacional para a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável e um Comitê de Organização da Rio+20 formado por mais de 25 ministérios e representações de trabalhadores, empresários, ONGs, povos indígenas, comunidades acadêmicas e tradicionais. No Rio, o movimento social realizou o Seminário Internacional Facilitador da Rio+20, um segmento de mais de 5 mil ONGs.

No Senado, a Comissão de Relações Exteriores e da Defesa Nacional criou uma subcomissão, da qual sou presidente, para acompanhar os trabalhos da Reunião da Rio+20. A subcomissão está a realizar debates sobre os problemas previstos para o futuro, tendo por objetivo mobilizar a opinião pública, especialmente os jovens, para os riscos e as alternativas existentes e para elaborar propostas que possam ser encaminhadas ao governo brasileiro como base do documento que será levado à Reunião de Cúpula.

Água, energia, alimentação, superação da pobreza e a economia verde já foram temas debatidos na subcomissão. Porém para a Cúpula do Futuro tenho mais perguntas do que respostas. No momento já são 43 temas e 170 perguntas que podem ser encontradas no endereço eletrônico www.cristovam.org.br.

Identificado com o crescimento econômico, o progresso apresenta limites ecológicos. Os recursos naturais não são suficientes para atender todos os habitantes da Terra com os padrões de consumo dos ricos do mundo. Uma alternativa, que parece em marcha, é a de manter o mesmo rumo do progresso-crescimento apenas para poucos. É a opção pela exclusão social.

Assim, os países ficam divididos entre duas populações: os que estão dentro da Cortina de Ouro e formam um Primeiro Mundo Internacional dos Ricos e os que estão fora e formam um Gulag Social de Excluídos. Se não quisermos manter a exclusão por uma apartação – apartheid social –, o caminho será reorientar o modelo de civilização. E a chance para essa reorientação está na Reunião de Cúpula de 2012 – a Rio+20.

Para essa reunião dar certo são necessárias a disponibilidade de infraestrutura, a presença de chefes de Estado e de governos com representatividade e a elaboração de uma "Carta do Rio para o Mundo".

A sociedade civil pouco pode fazer pela infraestrutura e disponibilidade, mas pode ajudar a debater os temas e elaborar proposta para cada problema que a humanidade enfrenta. Deve também definir qual é o sistema civilizatório que poderá conduzir a humanidade de forma sustentável, capaz de elevar o bem-estar de toda humanidade, marcando o equilíbrio do homem com a natureza.

Cristovam Buarque, professor da UnB, é senador pelo PDT-DF.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]