Roger Waters em show da turnê “This Is Not a Drill” em Barcelona, em março de 2023.| Foto: EFE/ Enric Fontcuberta
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Roger Waters, ex-membro do grupo Pink Floyd, em solo Brasileiro é um erro que pode e deve ser evitado. Roger Waters afirma que a guerra da Rússia contra a Ucrânia é motivada por provocação do Ocidente e que Putin "ouve todas as correntes e toma decisões por consenso na Federação Russa". Ele também advoga que a China tem o direito de invadir Taiwan, que "sempre fez parte da China".

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Em seus shows, ele apresenta um imenso telão onde identifica Joe Biden como "criminoso de guerra" e em 2018, às vésperas do segundo turno, em São Paulo chamou Bolsonaro de neofascista e colocou no telão o logo # Ele Não, que simbolizava a rejeição ao então candidato. Roger Waters  há muitos anos milita a favor do movimento BDS (Boicote, Desinvestimento, Sanções) e contra a existência do Estado de Israel.

Em 2016, a empresa American Express cancelou o patrocínio a seus shows, no valor de US$ 4 milhões, por causa de suas posições racistas e antissemitas. Pelo mesmo motivo, a MLB (Liga Norte Americana de Beisebol), cortou o patrocínio de seus shows desde 2020. Já no México, a AT&T havia programado o patrocínio de um concerto. Ela tentou e não conseguiu retirar a tempo o seu logo da publicidade, mas optou por suprimir qualquer menção ao músico. Em 2022, a Polônia proibiu shows de Roger Waters; a Alemanha fez o mesmo agora, porém, uma ação na Justiça revogou a decisão. Apesar disso, a Alemanha abriu uma investigação que poderá resultar em condenação a três anos de prisão por apologia ao nazismo.

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Os antigos membros do Pink Floyd se distanciaram totalmente de Roger Waters. Polly Samson, letrista de várias canções da banda e esposa de David Gilmour, chamou Waters de “podre em seu âmago anti-semita” e “um apologista de Putin” na revista Variety. No seu Twitter, ela foi além, escrevendo: “Infelizmente, @rogerwaters, você é anti-semita em seu núcleo podre. Também um apologista de Putin e um mentiroso, ladrão, hipócrita, sonegador de impostos, dublador, misógino, doente de inveja, megalomaníaco. Chega das suas imbecilidades". David Gilmour, que era o vocalista e guitarrista do Pink Floyd, endossou a declaração de Polly Samson, escrevendo: “Cada palavra comprovadamente verdadeira”.

Roger Waters chega a usar no seu show o nome da jovem Anne Frank como pano de fundo para profanar a memória dela e dos seis milhões de judeus assassinados no Holocausto. Tal como muitos outros, Waters também nega as acusações de racismo ou de antissemitismo. Não surpreende, pois todos negam. Roger Waters programou shows em seis cidades do Brasil. Cabe perguntar se o país deve dar espaço e público a esse tipo de músico.

Marcos L. Susskind é ativista comunitário e palestrante.

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]