Quem nunca ouviu falar no lendário Conde Drá­­cula, personagem da ficção da obra-prima de horror de Bram Stoker, que se utilizava de seus caninos aguçados para sugar o sangue de suas vítimas, que vivia somente à noite, transformava-se em morcego e só morria na presença da luz do sol ou com uma estaca no coração?

CARREGANDO :)

Lamentavelmente, na realidade temos uma gama de vampiros muito piores que, em vez de sugarem nosso sangue sugam nossa energia. Daí o termo: vampiros emocionais. Estão por todo o la­­do: entre familiares, amigos, pro­­fessores, empregados, diretores, presidentes de empresas, en­­fim pessoas de nosso convívio diá­­rio que sugam nossa energia de forma inconsciente para poderem sobreviver. São pessoas co­­muns, por vezes encantadoras e gentis, de bom relacionamento, que despertam confiança, têm bom papo, mas no fundo são emo­­cio­­nal­­mente dependentes. Acreditam que os outros existam apenas para suprir suas necessidades.

Eles nos roubam esta energia vital por não poderem absorver as energias das fontes naturais ou vitais e acabam compensando com a energia mais próxima, a das outras pessoas. Se entrarem em nossas vidas, deixam-nos exaustos.

Publicidade

O vampiro da literatura não é nada mais do que uma metáfora de um tipo humano muito difundido em nosso meio, um tipo que se apropria da energia com a negação de cumprimento, atenção, resposta a uma pergunta, reconhecimento de um mérito e até com a privação da liberdade de pensar e a violência psicológica.

Tem uma capacidade incomum de manipular e controlar pessoas ao ponto em que elas não têm mais controle sobre suas vidas. É retirada nossa dignidade humana.

Mas como reconhecê-los? Existem pessoas que necessitam constantemente do reconhecimento alheio. São inseguras, requerem atenção, não param de repetir seus problemas como se o mundo todo estivesse contra elas. Estão sempre na defensiva, buscando culpados por situações criadas por ela mesma. Criam problemas para tudo, saltando de crise em crise, superestimando o que lhes acontece. Outras não param de falar, são prolixas, dão voltas e voltas para relatar os acontecimentos e estão interessadas apenas em si mesmas. Por fim, só elas podem ter ideias, projetos e soluções, pois os planos alheios não têm valor, uma vez que enxergam sempre o lado negativo da iniciativa dos demais.

Combatê-los é uma prática difícil, então o melhor é tentar conviver com estes "dráculas" tentando sintonizar com eles, impor limites, porém não es­­quecendo que tem um enorme poder de sedução. A convivência com eles pode se pacífica, mas é importante não entrar em conflito.

Todos nós, em algum momento difícil de nossas vidas, podemos ter nossos momentos como vampiros. Calma, ninguém é perfeito! Mas veja se sua sede por energia alheia não está demasiada. Não custa olhar seu pescoço à procura da marca de caninos.

Publicidade

Roberto Belotti é professor e palestrante. rbelotti@rbelotti.com.br e www.rbelotti.com.br