É cada vez mais comum nos depararmos com notícias de violência envolvendo adolescentes nas saídas das aulas, em frente das escolas. Um fato que tem me deixado bastante preocupada é que, além de essas brigas acontecerem, na maioria dos casos envolvem meninas e as discussões geralmente são por causa de relacionamentos afetivos. O mais espantoso é saber que, muitas vezes, os pais incentivam esse comportamento; e, ainda, que existam casos nos quais as mães se envolvem diretamente na confusão, agredindo o outro estudante.

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Como exemplo, um episódio recente que tomou bastante repercussão na internet e acabou chamando a atenção da mídia. A violência aconteceu em frente de uma escola, na Região Metropolitana de Curitiba, e a agressão teria ocorrido por causa de uma discussão sobre namorados. A violência foi tão forte que uma das meninas teve de ser levada ao hospital e teve traumatismo craniano. Esse tipo de acontecimento é um absurdo, ainda mais por envolver alunos em frente do colégio em que estudam.

Em uma situação como essa a escola deve, sim, ter responsabilidade e interferir para conscientizar não somente os estudantes, mas também os pais de que incentivar esse tipo de comportamento é totalmente errado. Em todos esses atos de violência que se multiplicam na internet, constatamos que dificilmente existem pessoas dispostas a apartar a agressão.

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Quando a família incentiva esse tipo de comportamento e a escola cruza os braços diante do problema, o adolescente fica perdido, achando que aquilo que está acontecendo é natural. Imagino que tipo de cidadão teremos no futuro se ele não é repreendido em um ato como esse e também não é orientado para não fazer isso.

Por esse motivo é muito importante destacar a relação entre pais, alunos e a escola, pois o vínculo entre eles pode ser um dos mediadores nessa situação. Outro ponto que pode ser reforçado no sentido de extravasar sentimentos como raiva e violência é direcionar esse excesso de energia dos adolescentes para outras atividades. Em alguns casos, notamos rapidamente a mudança de comportamento. Por exemplo, no Centro de Educação João Paulo II os jovens fazem aulas de karatê. A partir da prática desse esporte, os alunos ficaram mais disciplinados e aprenderam valores como o respeito ao próximo, o que auxiliou no bom relacionamento entre eles.

Porém, de nada adianta o esforço da escola para evitar esse tipo de problema se não houver o diálogo entre pais e filhos. Os pais precisam mostrar interesse sobre o que o filho realiza na escola, como está o relacionamento dele com outros colegas e aconselhá-lo quando ele estiver passando por alguma dificuldade. Muitos pais nem sabem que o filho está sofrendo alguma perseguição no colégio e só têm ciência do assunto quando acontece a violência. A família deve sempre estar presente na fase escolar do estudante.

Alexandra Lima é coordenadora pedagógica do Centro de Educação João Paulo II (CEJPII).