Lembrando a história do processo de integração na América Latina, especialmente entre Argentina e Brasil em 1942, o presidente Perón, da Argentina, em carta enviada ao então presidente do Brasil, Getúlio Vargas, afirmava: "O século 21 nos encontrará unidos ou dominados". Hoje, pode-se afirmar que particularmente no continente europeu as próximas décadas deverão ser ou de oportunidades para encontrar alternativas de desenvolvimento pelo viés dos processos de cooperação e alianças, ou de submissão a interesses de outros continentes.

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Os Estados Unidos geraram uma crise monetária no fim da década de 2000 e a exportaram para o mundo. Os governos dos países europeus, no temor de uma crise econômica, política e de confiança, apressaram-se em socorrer seus agentes financeiros e bancos, injetando uma enorme quantidade de euros. Embora tempestiva, a ação não alcançou toda a complexidade da situação, pois os bancos continuam em crise e os governos, por sua vez, enfrentam dificuldades de déficits orçamentários e de confiança, com sérios reflexos políticos.

Esta crise também compromete seriamente a vida dos cidadãos e das empresas, a confiança nos governantes e no futuro, a qualidade de vida das pessoas­­ e a capacidade das empresas de diversificarem seus investimentos, a fim de garantir sua sobrevivência e crescimento no mercado, lançando-as em uma busca desesperada por novas oportunidades de capital e investimento. Como reverter este quadro?

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Os Estados Unidos são uma nação geograficamente grande, com mais de 300 milhões de consumidores com poder aquisitivo e cultura de consumo entre as maiores do mundo. Seus estados seguem uma política monetária, fiscal, tributária e bancária unificada pela própria característica de ser uma única nação. A China, ainda que com modelos distintos dos norte-americanos, também segue políticas centralmente planejadas e controladas. Mas a zona do euro é composta por nações autônomas e independentes, que, em certos momentos da história econômica recente, decidiram buscar alternativas de integração econômica, parcerias e alianças, na convicção de que estariam conquistando um processo de desenvolvimento econômico, político, social, tecnológico e competitivo melhor do que atuando de forma isolada, independente e autônoma.

Trata-se de um bloco econômico que está em busca de alternativas para aumentar o processo de integração e complementação econômica. Hoje e amanhã, os líderes dos países do euro reúnem-se em Bruxelas em busca de novos horizontes para o futuro do euro e para as economias de cada um dos países envolvidos. Discutem-se alternativas para a criação de um novo sistema monetário europeu. Pretende-se encontrar formas de unificar as políticas monetária, fiscal, tributária, bancária, tecnológica, de invenções e inovações que projetem os países da zona do euro em novos cenários de crescimento e desenvolvimento, recuperando confiança e credibilidade. Novos tempos de prosperidade que tragam paz, bem-estar e desenvolvimento econômico, político e social.

Identificar o que fazer é tarefa relativamente fácil. Negociar os interesses contraditórios e divergentes em busca de interesses comuns é o grande desafio. Mas é uma tarefa indispensável para consolidar o euro e o desenvolvimento da Europa.

Antoninho Caron, doutor em Engenharia da Produção, é professor do mestrado em Organizações e Desenvolvimento e coordenador do curso de Administração da FAE-Centro Universitário.