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Cemitério em Manaus e causa de mortes no Brasil: coronavírus
Cemitério de Nossa Senhora, em Manaus, uma das cidades mais atingidas pelo novo coronavírus.| Foto: Michael Dantas/AFP

Para começar esse resumo de notícias. Pelo terceiro dia seguido, nesta quinta-feira (4), houve novo recorde de registro de mortes por coronavírus no Brasil: 1.473 em 24 horas, uma média de 61 mortes por hora - uma por minuto.

Com mais de 34 mil óbitos no total, o Brasil ultrapassou a Itália e agora é o terceiro país com mais mortes pela doença, atrás apenas de Estados Unidos e Reino Unido. Também foram confirmados 30.925 casos em 24 horas. Veja números totais de diagnósticos, casos em investigação e recuperados.

Para sintomas leves. Além de crédito extraordinário de R$ 4,5 bilhões para a saúde, anunciado pelo governo, o Ministério da Saúde divulgou que irá criar centros para pacientes com sintomas leves do novo coronavírus. O investimento será de R$ 1,2 bilhão, distribuído conforme solicitação dos municípios.

Centros de dois tipos. De acordo com o programa divulgado, haverá um modelo de centro de atendimento padrão e outro específico para cidades com grandes comunidades e favelas. O objetivo é reforçar a vigilância e atenção primária. Confira na reportagem de Camila Abrão  como funcionarão os centros e como eles devem ajudar a manter o funcionamento de outros tratamentos nas demais unidades básicas de saúde.

Utilidade pública

Estudos sobre cloroquina. Após divulgar um "manifesto de preocupação" quanto a uma pesquisa sobre a hidroxicloroquina e a cloroquina contra a Covid-19, que levou a OMS a suspender pesquisas, a revista científica Lancet anunciou que os autores solicitaram a retratação do estudo; saiba mais. As pesquisas associadas à OMS foram retomadas.

Volta às aulas. Comparado ao restante da maioria do país, o Sul tem melhor situação de controle de expansão do coronavírus. Tanto que Rio Grande do Sul e Santa Catarina anunciaram os planos para retomada gradativa das aulas presenciais. O Paraná, contudo, ainda não tem planejamento definido. Leia na reportagem de Rosana Félix o que dizem os governos dos três estados do Sul sobre a retomada do calendário escolar presencial.

CPMI das Fake News se retrata e retira nome da Gazeta do Povo de lista

Após relatório da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) das Fake News classificar a Gazeta do Povo, jornal fundado em 1919, como divulgador de “notícias falsas”, a comissão se retratou, pediu desculpas e retirou o nome do jornal de uma lista de quase 50 veículos.

A classificação negativa ao veículo centenário, detentor de diversos prêmios jornalísticos, foi dada, segundo a relatoria da comissão, após consulta de seis agências verificadoras. A Gazeta do Povo procurou as seis agências indicadas. Todas desmentiram a versão da CPMI e, após a repercussão do caso, a comissão voltou atrás.

Durante esta quinta (4), diversas entidades e autoridades apoiaram a Gazeta do Povo. A Associação Nacional de Jornais (ANJ) cobrou explicações da CPMI sobre inclusão da Gazeta na lista. A Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) destacou que o caso é exemplo do risco de se deixar o Estado definir o que é fake news. O Sindicato dos Jornalistas do Paraná também se mostrou solidário e pediu acesso às reportagens analisadas pela CPMI. Confira depoimentos de autoridades abaixo ou neste link. Veja ainda o manifesto da Gazeta do Povo e da equipe de jornalistas:

Podcast 15 Minutos

Política e economia

Inquérito das fake news. No dia 10 de junho, o plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) analisa a validade do inquérito das fake news, que apura notícias falsas contra integrantes da Corte. Após o cumprimento de 29 mandados de busca e apreensão contra apoiadores e aliados do presidente Jair Bolsonaro, a polêmica sobre a capacidade do Supremo conduzir o caso aumentou. Afinal, o STF pode figurar como vítima, acusador e provável julgador? Entenda na reportagem de Kelli Kadanus, correspondente em Brasília. E já que o tema é STF, nossa correspondente explica também a polêmica delação rejeitada que atinge Sergio Moro e foi retomada pela Procuradoria-Geral da República (PGR), de Augusto Aras.

Mercado. Após despencar até chegar a 63 mil pontos no dia 22 de março, o Ibovespa atingiu nesta quinta-feira os 93.829 pontos. Veja mais números da B3 e dólar. Apesar da recuperação nos índices acionários, os pedidos de falência de empresas subiram 30% em maio no Brasil.

Pelo mundo. No 10º dia de protestos pela morte de George Floyd, nos Estados Unidos, centenas compareceram ao funeral do segurança assassinado por um policial branco. Em Hong Kong, apesar da proibição, milhares se reuniram em memória das vítimas do massacre da Praça da Paz Celestial, em memória ao aniversário dos eventos ocorridos em Pequim em 4 de junho de 1989.

O mais importante de ontem no Brasil

Colunas e artigos

Os Antifa. Nos últimos dias,“um pessoal” não tão conhecido da sociedade brasileira aproveitou protestos para promover quebra-quebra e desvirtuar o real sentido das manifestações justas. Paulo Polzonoff apresenta os Antifa: movimento anticapitalista, autoritário e antidemocrático. Guilherme Macalossi também escreve sobre os Antifa: bancam os humanistas, mas não passam de carniceiros ideológicos.

Manifestações. Cristina Graeml mostra como o movimento negro de Curitiba se levantou para repudiar supostos manifestantes antirracistas que arrancaram e queimaram a bandeira do Brasil. Theodore Dalrympl faz um lembrete: levar crianças a protestos perigosos é exploração. E Madeleine Lacsko lembra os 31 anos do massacre da Praça da Paz Celestial, que ocorrem em um momento em que o Partido Comunista Chinês comete outro, em Hong Kong.

Leituras para o fim de semana. Em uma crônica leve e divertida, Paulo Polzonoff mostra como as pessoas na sala de jantar, antes ocupadas em nascer e morrer, agora tem uma meta ao comerem com o celular na mão: saciar não a fome, mas a insaciável sensação de pertencimento, fazendo de tudo para buscar aceitação nas redes sociais. Neste sentido, Fernando Schüler aproveita a deixa e faz uma pergunta: o que desejamos punir na internet?

Nossa visão

Apesar das dificuldades. Uma pandemia, uma crise econômica fortíssima e uma crise institucional sem precedentes. Ainda assim, a esperança do brasileiro no futuro parece não ter sido abalada e a maior parte de nós ainda vê com bons olhos os dias que virão. Isso é o que mostra a pesquisa “Sentimento em relação ao Brasil”, realizada pelo Instituto Datafolha. Esse sentimento de esperança é tema  do novo editorial da Gazeta do Povo, clique aqui e leia.

Os sentimentos positivos vêm ganhando terreno e mesmo os últimos três meses de fortes convulsões não parecem ter abalado a tendência. O percentual de brasileiros que sente mais orgulho do que vergonha saltou para 67% no último levantamento.

Para inspirar

Celebrar os recuperados. Após mais um dia de recorde de óbitos por Covid-19 no Brasil, vamos fazer um esforço para tentar olhar também para os recuperados, que são mais de 200 mil no país. E a colunista Cristina Graeml fez um texto dedicado a esses heróis da pandemia, que enfrentaram a doença junto com os profissionais de saúde. Fica aqui a nossa homenagem a esses vitoriosos.

O que dizem as autoridades sobre o relatório da CPMI das Fake News

“O critério de enquadramento da CPMI para veículos de comunicação como sendo disseminadores de Fake News deve ser revisto. E óbvio que a Gazeta do Povo não se enquadra nesta categoria”, Ricardo Barros (PP-PR), deputado federal vice-presidente da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito das Fake News

“A Gazeta do Povo é um jornal tradicional do Paraná e é extremamente responsável. Já fez matérias históricas denunciando malversação de recursos públicos no Estado. Reputo a inclusão feita pela CPMI como produto de um grande erro”, Sergio Moro, ex-juiz da Lava Jato e ex-ministro da Justiça e Segurança Pública

“Sempre estaremos ao lado da mídia séria, empenhada em informar e engajada no combate às notícias falsas. Os veículos da chamada mídia tradicional - com seus erros e acertos -  prestam um serviço importantíssimo. Sempre que temos uma dúvida com relação a um fato que recebemos numa rede social, no WhatsApp, etc, e queremos esclarecer, vamos checar aonde? Nos sites e veículos tradicionais. A Gazeta do Povo, bem como a imprensa paranaense em geral, faz parte dessa mídia cidadã, que presta serviço com credibilidade e independência de suas coberturas jornalísticas", Carlos Massa Ratinho Junior (PSD), governador do Paraná.

“Assim que soube desta absurda classificação da Gazeta do Povo como sendo órgão produtor de fake news, indignado, dirigi-me ao presidente da CPMI das fake news, Senador Angelo Coronel (Bahia) e esclareci a ele o absurdo que estava acontecendo. O Senador Angelo Coronel me garantiu que tomará as providências necessárias para retirar o nome da nossa Gazeta do Povo desta lista, decididamente descuidada e elaborada com falhas grotescas”, Oriovisto Guimarães (Podemos-PR), senador e ex-reitor da Universidade Positivo. Ele e os demais senadores da bancada do Paraná, Alvaro Dias (Pode) e Flávio Arns (Rede), também divulgaram uma nota conjunta de apoio à Gazeta do Povo.

"Tão melhor será o necessário combate à disseminação das fake news quanto mais bem embasado em rigorosos critérios técnicos for este trabalho. Um jornal com mais de 100 anos certamente não deveria ser confundido com blogs e sites de natureza obscura. Essa sólida instituição curitibana fundada pelo ilustre Plácido e Silva, posteriormente sendo comandada por Francisco da Cunha Pereira, serviu de veículo para nomes como José Wanderley Dias, Rosy de Sá Cardoso e Juril Carnascialli, chegando em tempos mais recentes ao marcante José Carlos Fernandes e ao renomado escritor Cristovão Tezza, entre outros tantos nomes importantes. Faz parte da história do Paraná", Rafael Greca, prefeito de Curitiba.

“O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, afirmou que a Gazeta do Povo é um jornal que desempenha um trabalho técnico e imparcial. “Reconheço o trabalho técnico, imparcial e sério que a Gazeta do Povo desempenha, com isenção e diversidade de opiniões e perspectivas”, Ricardo Salles, ministro do Meio Ambiente.

"A inclusão do jornal Gazeta do Povo como divulgador de notícias falsas no documento produzido pela Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) das Fake News nos causou grande surpresa e estranheza. Trata-se de um centenário jornal que sempre cobriu com zelo e precisão as ações do Judiciário estadual e sempre cumpriu o papel básico do bom jornalismo profissional de ouvir as partes envolvidas", Adalberto Xisto Pereira, desembargador presidente do Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR).

Também se manifestaram a favor da Gazeta do Povo nomes como o presidente da Câmara dos Vereadores de Curitiba, Sabino Picolo (DEM); o procurador-geral de Justiça e chefe máximo do Ministério Público (MP) do Paraná, Gilberto Giacoia, o coordenador da bancada paranaense na Câmara Federal, deputado Toninho Wandscheer (Pros); o deputado federal Eduardo Cury (PSDB-SP); o deputado estadual Fernando Francischini (PSL-PR); o deputado estadual Homero Marchese (PROS-PR), entre outros nomes da sociedade paranaense e brasileira.

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