Bom dia!
A novela do caso Queiroz ganhou mais um capítulo nesta segunda (21). Pela manhã, Hamilton Mourão (PRTB), presidente em exercício pela primeira vez, disse que isso não é assunto do governo. À tarde, o procurador-geral de Justiça do Rio, Eduardo Gussem, negou que o sigilo bancário do senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) tenha sido quebrado e recusou as narrativas de “perseguição” ao “filho do presidente”: Flávio é apenas um dos 27 parlamentares fluminenses sob investigação.
Finalmente, à noite, o Jornal Nacional veiculou uma reportagem que derruba a versão do caso dada pelo senador eleito no dia anterior: as datas das operações bancárias suspeitas não batem com as que constam na escritura dos imóveis citados por Flávio.
Enquanto isso, o presidente Jair Bolsonaro (PSL) está em Davos, na Suíça, onde nesta terça (22) tomará a palavra durante a sessão de abertura do Fórum Econômico Mundial. Fernanda Trisotto, da editoria de República, explica qual a importância do evento para o Brasil e para o mundo.
Os outros filhos
Ciosos, talvez, da atenção que Flávio tem recebido, Eduardo (PSL-SP) e Carlos (PSL-RJ) também têm feito das suas. O primeiro resolveu “ameaçar” o WhatsApp depois que o aplicativo anunciou que vai limitar o reenvio de mensagens para 5 por vez, numa tentativa de restringir o alcance de fake news. Preocupado, o deputado federal – que acompanha o pai na viagem a Davos – acenou para a possibilidade de transferir a militância para aplicativos concorrentes do WhatsApp.
Já Carlos retuitou mensagens alusivas a uma possível reeleição do pai em 2022. Alguns seguidores da família chegam a sonhar com uma dinastia Bolsonaro de 40 anos no Planalto, se os quatro filhos sucederem o capitão na presidência. No blog Conexão Brasília, André Gonçalves comenta:
Embora não tenha menção direta aos episódios que envolvem o primogênito Flávio, as publicações reforçam o conceito de defesa da unidade familiar como um partido político em si. Bolsonaro, nesse raciocínio, não é apenas Jair.
Feira
Jéssica Sant’Ana, nossa repórter em Brasília, explica tintim por tintim o cenário das privatizações e concessões no governo Bolsonaro: o que será de fato privatizado, o que está em estudo, o que deve ser fechado, o que será concedido à iniciativa privada e até o que ia ser privatizado ou extinto, mas não vai mais.
Tem que mudar isso daí
O ano de 2019 começa com Legislativo e Executivo novos na capital federal, mas não prevê alterações na composição do Judiciário. A mudança de que o Supremo Tribunal Federal precisa, porém, vai além de rostos novos vestindo a capa preta: o artigo de Francisco Zardo elenca sete hábitos que a nossa suprema corte precisa mudar neste ano para tentar recuperar a sua credibilidade. Em outro artigo publicado por esta Gazeta, Rodrigo Lima explica por que o Acordo de Paris não é uma ameaça à soberania nacional, como costumam propagar seus críticos.
Epidemia
Os estados brasileiros vivem uma epidemia de calamidade econômica. Se de 2016 a 2018 três estados haviam assinado decretos declarando a situação, só nesses primeiros dias de 2019 outros quatro fizeram o mesmo. No editorial desta terça (22), a Gazeta do Povo comenta o cenário e critica os governos que não estão fazendo a sua lição de casa – caso do Rio de Janeiro de Wilson Witzel (PSC), que entrou no Regime de Recuperação Fiscal, mas não está cumprindo o que o acordo com o governo federal exige para tanto.
Para evitar as ciladas
A nossa editoria de Educação publica um artigo em que Justin Dyer e Ryan Streeter defendem a recuperação da educação clássica para superar as ciladas ideológicas nas universidades. Confira um trechinho e não deixe de ler o texto na íntegra:
A educação clássica, quando bem feita, coloca os estudantes em contato com ideias desafiadoras e complicadas. Ensina a como conversar com – e não sobre – os outros. [...] Estudando história, literatura e filosofia, os alunos diminuem a certeza que eles têm as respostas para todas perguntas. Além disso, eles se sentem estimulados a questionar, aprender e discutir ideias sobre uma sociedade mais justa e correta.
Na prática
Bons exemplos de uma educação mais integral, criativa e humanística aparecem em duas reportagens publicadas pela Gazeta nesta segunda (21). No Sempre Família, Angélica Favretto conta pra gente como é o jogo de cartas desenvolvido para ensinar noções de ética de forma divertida para as crianças. E na HAUS, Aléxia Saraiva mostra a incrível série de livros infantis que leva os pequenos leitores para o mundo da arquitetura e do urbanismo desde cedo.
Enquanto isso, no Viver Bem, Raquel Derevecki fala sobre a merecida homenagem a uma professora que deu a vida pelos seus alunos: Helley de Abreu Silva Batista, morta em 2017, batizará uma rodovia federal localizada em Minas Gerais. Lembra da história dela?
Leitora voraz
Falando em educação e em leitura, quantos livros você leu em 2018? Por mais que você seja um leitor assíduo, é difícil superar os números de Cristiane de Fátima Costa. A deficiente visual emprestou 523 livros durante o ano passado na Biblioteca Pública do Paraná. Vivian Faria conta a história dela na editoria de Curitiba.
Mas tem mau exemplo vindo da capital paranaense também: você já viu o filme The Bling Ring: a gangue de Hollywood? Um grupo de adolescentes tentou imitar a história do filme, furtando dezenas de objetos das lojas de um shopping, mas se deu mal e acabou na delegacia. Angieli Maros relata o caso.
Tensão
Na Venezuela, a tensão só aumenta. Membros de uma unidade da Guarda Nacional Bolivariana, um braço das Forças Armadas da Venezuela, se rebelaram contra o regime do ditador Nicolás Maduro e convocaram outros militares a se manifestar. Vídeos gravados pelo grupo circularam pelas redes sociais e muitos venezuelanos começaram manifestações para apoiar os militares rebeldes. Mas a reação do regime veio logo – o grupo foi preso pelas Forças Armadas.
Também nesta segunda (21), o Tribunal Superior de Justiça da Venezuela anunciou que não reconhece as nomeações da nova diretoria da Assembleia Nacional, inclusive a de Juan Guaidó como presidente do Legislativo. No entanto, alguns deputados da AN afirmaram que a decisão do TSJ é “mais do mesmo”: o órgão é controlado por Maduro.
Se colar, colou
A primeira-ministra britânica Theresa May apresentou o seu “plano B” para o Brexit, após o seu plano original sofrer uma derrota avassaladora no Parlamento uma semana atrás. Ela anunciou que está disposta a negociar com os europeus alguns dos pontos mais polêmicos, como a questão da fronteira entre as Irlandas. Os parlamentares não ficaram muito empolgados com a nova estratégia do governo, que disseram não ser muito diferente da original.
No Paraná, o assunto do dia é transporte
Sandro Gabardo, editor de Política Paraná, escreve: “Preocupado com a possibilidade de aumentar – e muito – o valor da passagem de ônibus em Curitiba, o prefeito Rafael Greca (PMN) se encontra com o governador Ratinho Junior (PSD) nesta terça-feira (22) para pedir que seja mantido o subsídio do estado ao transporte coletivo da capital. A tarifa cobrada dos passageiros, hoje de R$ 4,25, pode saltar para perto de R$ 5 em fevereiro, dependendo do cenário que se desenhar. Cristina Seciuk explica os detalhes”.
“R$ 18,3 milhões. Essa é a quantia generosa que a prefeitura de Curitiba arrecadou nos últimos 15 meses, taxando os aplicativos de transporte na cidade. A taxa por quilômetro rodado, cobrada de empresas como Uber, Cabify e 99, varia conforme a distância percorrida com o passageiro.”
“A pedido do Ministério Público Federal no Paraná, um juiz de Curitiba deu prazo de 30 dias para que a União garanta gratuidade e desconto para idosos e jovens de baixa renda em linhas de ônibus interestaduais originadas no estado. O magistrado entende que o benefício deve ser dado em todas as categorias de viagem, como leito e executivo, e não apenas às linhas convencionais, como ocorre atualmente. Entenda o caso na matéria de Catarina Scortecci”.
Ressurreição
Um conhecido prédio histórico de Curitiba, a Ferragens Hauer – aquele atrás da catedral que passou anos abandonado após um incêndio –, foi reinaugurado, novinho em folha, como a nova sede da Defensoria Pública do Paraná. Conheça a história das obras de restauro e reconstrução na matéria de Camila Machado, na HAUS.
Dica do dia
Comer um ovo por dia, em comparação a uma dose semanal, proporciona um risco 38% menor de desenvolver diabetes tipo 2. A afirmação apareceu em um estudo divulgado pela revista científica Molecular Nutrition and Food Research no fim de 2018. Amanda Milléo fala sobre o assunto no Viver Bem.
Tenha uma excelente terça-feira!
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