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Nunca antes, o atual governo deu mostras de estar embananado com uma crise econômica que a princípio negou e agora admite como grave e inédita. Grave também, sem ser inédita, é a medida provisória que transita no Congresso, com apoio sistemático da base governista e pesadas críticas da oposição. Tudo nos conformes, cada facção fazendo a sua parte. Acontece que a opção pelo liberalismo, e seu rebento batizado de neo, está vivendo o seu momento de verdade, não apenas no Brasil mas em todo o mundo.

Escolhendo o mercado como supremo gestor da sociedade, a economia mundial é obrigada a buscar algum tipo de estatização. E, no caso que agora enfrentamos, apelar para uma estatização perversa que contempla o capital mal administrado em detrimento do trabalho desvalorizado.

A MP fala em ajuda a "empresas em dificuldades", sobretudo a bancos, cujas "dificuldades" são provocadas pela necessidade de lucros cada vez maiores. Para impedir falências e insolvências, o governo pretende tapar os buracos com o dinheiro que, afinal de contas, sairá de uma forma ou outra dos depósitos e ações que garantem a poupança daquela parcela de povo que pode se dar ao luxo de guardar algum dinheiro para enfrentar suas próprias dificuldades.

Um banco que especulou com o dólar desvalorizado está tendo dificuldade em comprar um concorrente. Uma fábrica precisa ampliar seu parque industrial com terrenos e equipamentos. Os executivos de uma empresa precisam ser aposentados para abrir espaço a outros mais jovens e não há dinheiro para bancar os bônus previstos nos contratos – tudo são dificuldades.

Apela-se então para o Pai Patrão, o mesmo pai que é amaldiçoado quando aumenta o salário do trabalhador também em dificuldade.

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