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RIO DE JANEIRO - O recente massacre de 13 pessoas que teriam ligações com bandos criminosos, notadamente o PCC, demonstra mais uma vez a fragilidade de algumas de nossas instituições mais importantes – a Justiça e a polícia.

A sociedade ainda não encontrou outras formas de se defender. Assim como os Exércitos defendem as nações, a polícia defende cidadãos. E a Justiça defende e aplica os instrumentos legais para manter o equilíbrio social. Num caso como o do massacre, não está provado ainda que a polícia agiu corretamente, aumentando as suspeitas de que há em São Paulo uma espécie de Esquadrão da Morte para eliminar não apenas criminosos mas pessoas que, por um motivo ou outro, desagradam a alguns policiais.

Evidente que a sociedade exige uma rigorosa apuração dos fatos, mas desde já estranho que a investigação seja sigilosa. De duas, uma: ou a polícia agiu preventivamente matando elementos que provocariam um novo banho de sangue em São Paulo, ou agiu desastrada e criminosamente, assassinando supostos malfeitores.

Bem verdade que, nesse caso como em outros, os parentes das vítimas alegam que se tratava de bons filhos, bons irmãos, bons vizinhos. A apuração dos fatos, quer da parte da polícia ou da Justiça, não precisa apelar para o sigilo, uma vez que o episódio foi notório, os envolvidos (passivos e ativos) conhecidos.

O aumento da criminalidade, incluindo o terrorismo internacional, continua provocando ações ditas preventivas sem apoio numa realidade que possa ser provada. Num exemplo exagerado, envolvendo nações, tivemos o caso da guerra preventiva de Bush contra o Iraque. Aplicando o mesmo princípio, a polícia paulista pode ter agido de forma equivalente.

Sabe-se hoje que Bush mentiu. É preciso provar agora que a policia também está mentindo.

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