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RIO DE JANEIRO – Já estão no Rio os integrantes da Força Nacional de Segurança. O que vai mudar? Realisticamente, pouca coisa. Na situação atual, nada a opor que a segurança pública receba reforços – mesmo que os 600 homens desta primeira etapa representem pouco mais de 1% do efetivo da PM.

As imagens dos homens em roupas camufladas e os carros com sirenes ligadas em comboio dão a falsa sensação de segurança aos que se relacionam com o mundo pela tevê.

A Força Nacional atuará em 19 pontos de divisa do estado no combate ao tráfico de drogas e armas, diz a Secretaria de Segurança.

Não há por que criticar a iniciativa, a menos que ela seja a única. Uma nova política de segurança deve ser mais ampla e mais planejada. Deve mobilizar especialistas não só das polícias como do Ministério Público, da Justiça, das universidades. A gestão da segurança por colegiado com representantes desses setores é um dos trunfos da polícia nova-iorquina, por exemplo.

A taxa de homicídios por 100 mil habitantes em Nova Iorque está na faixa de 7. A do Rio supera 40. A comparação mais recente feita pelo Cesec, o centro de estudos em segurança da Universidade Cândido Mendes, com outras capitais do mundo mostra que se mata mais em Caracas, Medellín, Joahnnesburgo, Cali, Nova Orleans e Washington do que no Rio. Mas se morre menos em São Paulo, Bogotá, Buenos Aires, Chicago e Dallas do que por aqui. Sem falar em Paris, onde, na média anual, há um homicídio para cada cem mil habitantes.

Menos de 10% dos autores de homicídios no Rio são julgados. São os jovens a maior parte das vítimas dos 50 mil homicídios dolosos no país e a maior parte dos autores também. Não são seis nem 600 nem mesmo 6.000 homens que vão resolver isso. Fuzis e sirenes não são varinha de condão.

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