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Rio de Janeiro – No último domingo, a Folha divulgou o resultado de uma enquete para saber qual teria sido o maior brasileiro da história. Deu Getúlio Vargas em primeiro lugar, seguido por JK e Machado de Assis. Apesar de convidado a integrar a turma de votantes, um problema no computador me impediu de votar. Mas teria votado em Vargas e se tivesse direito a mais de um voto, também votaria em JK e Machado.

Haveria um consenso nisso tudo? Creio que ainda não, a lista dos que receberam menos votos é grande. Tirante alguns nomes que foram escolhidos pontualmente, sem abrangência histórica (Pelé, Garrincha, Tom Jobim, Evaristo Arns), importantes em suas respectivas áreas, mas que não geraram uma história e um tempo, os demais foram merecedores de votos, como Tiradentes, Aleijadinho, Santos Dumont, Barão do Rio Branco etc.

Meses atrás, foi divulgada uma pesquisa feita em Portugal sobre o maior português da história. Salazar ficou em primeiro lugar, seguido por Álvaro Cunhal. Um ditador de direita e um candidato a ditador de esquerda.

Fiquemos nos dois primeiros, Vargas e Salazar. Não tenho elementos para julgar Salazar, a não ser o óbvio, um ditador que ficou anos no poder, governando com a mão forte da Pide – uma das polícias políticas mais cruéis do século passado.

Vargas é mais complexo, embora tenha sido ditador, com uma polícia especial que deixou marcas na sociedade. Mesmo assim, aos poucos vai se formando um consenso favorável ao centauro dos pampas.

Fui criado no ódio contra Vargas. Quando escrevi um livro sobre ele, descobri o avesso de uma frase de Novalis: "Quando avistares a sombra de um gigante, encontrarás um anão". Fui procurar um anão e encontrei um gigante.

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