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Rio de Janeiro – Em princípio, não tenho nada contra ou a favor a visita de Bush ao Brasil. São etapas rotineiras das relações públicas dos chefes de governo, que em geral nada representam. A agenda dos assuntos é fabricada pelos escalões técnicos e dificilmente o encontro de dois presidentes muda o rumo dos acontecimentos de um país ou de outro.

No caso do Brasil e dos EUA, pelo menos desde Roosevelt, que aqui veio duas vezes e cujo encontro com Vargas foi importante para as duas partes (a base militar em Natal para os norte-americanos e a instalação de Volta Redonda para nós), os demais mandatários de um e outro país que se encontraram limitaram-se a brindes e declarações de amizade mútua.

Logo depois da Segunda Guerra Mundial, Truman esteve em Petrópolis, numa reunião que transcendeu à visita protocolar, pois resultou num tratado de âmbito continental. E Carter incluiu na agenda de sua visita um encontro com representantes que contestavam o regime militar que atravessávamos. Ele esteve com o cardeal Arns, Raymundo Faoro e outros, ouviu deles os principais reclamos da oposição, que incluía sobretudo o fim da tortura institucionalizada dos anos de chumbo. Foi, na realidade, o início do início da abertura política.

Bush é o demônio de plantão da cena internacional, sendo o equivalente de Chávez de acordo com as preferenciais de cada grupo ideológico. Sua malignidade tem um caráter pessoal, nem por isso se explica a satanização maniqueísta que predomina na mídia e nos escalões acadêmicos.

Que seja ele o Anticristo que a humanidade sempre temeu. Não é caso para nosso desespero. Em maio, receberemos o Papa, que trará água benta suficiente para nos livrar de todo o mal, amém.

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