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Rio de Janeiro – Mudam-se os ministros, mas o Brasil continua o mesmo. Um dos meus espantos é o da mídia dar importância ao fato de um cidadão substituir outro na escala do poder.

O colunismo político vive em torno disso: especula sobre quem sai, quem deve ou precisa sair, sugere quem entra ou devia entrar. Os problemas sociais, econômicos e políticos da nação e do próprio governo gravitam em torno de nomes, não exatamente de planos e idéias.

Para a formação do novo ministério chovem os prognósticos, desabam os palpites que têm uma coisa em comum: aprovando ou não os nomes escolhidos, a mídia acredita que novos rumos serão tomados, que alguma coisa será revolvida e, com sorte, alguma coisa possa dar certo.

Ledo e ivo engano. Tudo continuará como antes e sempre, as mudanças nunca são motivadas por incompetência ou inadequação, mas por mancadas pessoais de um ministro ou do grupo que o apóia.

Qual a diferença entre um ministério novo e um velho? Apenas a curriola. Quem continua gerindo o escalão superior é, por um lado, o próprio presidente da República e, de outro, a constelação de influências que se forma em cada área específica. O titular da pasta se reduz a um executivo dessas duas ingerências. E de sua habilidade em administrar tais ingerências resultará a sua permanência no cargo.

Análises da formação política do novo titular são feitas para informar que o novo ministro é de tal escola ou de tal grupo partidário, que os rumos do governo serão assim ou assado.

A mudança de um nome ou de vários nomes, simultânea ou fragmentariamente, não altera o "statu quo" de uma crise ou de uma depressão. Os franceses cunharam uma frase segundo a qual, quanto mais se muda, mais se tem a mesma coisa.

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