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Num romance que teve sua época, Vicente Blasco Ibañez desenvolveu um raciocínio sobre os gastos militares num país mais ou menos como o Brasil: forte, poderoso em certo sentido, mas sem capacidade militar para um conflito com potência superior.

Em ‘A Catedral’, diz ele a propósito das verbas e equipamentos da Espanha no tempo em que se passa a história: ‘Para tempos de paz, o dinheiro é muito. Para tempos de guerra, é pouco’.

Bem, há a questão da soberania nacional, que cada país cultiva a seu modo. ‘Se ergues da justiça a clava forte, verás que um filho teu não foge à luta nem teme quem te adora a própria morte’. É isso aí. Os poloneses defenderam-se dos tanques alemães com a cavalaria: a guerra durou menos de um mês. Mas os patriotas cumpriram sua missão de defender a pátria.

O Brasil está comprando aviões e submarinos, uma fatura astronômica, que, parece, será paga com o petróleo do pré-sal. Para funções de polícia, os aviões são muitos. Para o caso de uma guerra com um rival, são poucos.

Esse é o drama da maioria das nações. É bem verdade que uma guerra nem sempre se decide com a quantidade e eficiência do armamento, mas com a garra de quem se defende: o Vietnã foi prova disso.

O lado positivo da recente compra é a tecnologia, que, mais cedo ou mais tarde, transcende dos equipamentos militares. Além de reaparelhar Marinha e Aeronáutica – motivo de eterna queixa dos militares –, que ainda utilizam sobras da última guerra mundial.

Parece que Lula tomou a decisão da compra sem ouvir o lado técnico da FAB – o que seria um erro. Fez média com a França e em especial fez média com Sarkozy – de quem se tornou amigo de infância. Quanto ao pré-sal, ainda é um ovo a espera da galinha a cacarejar, anunciando um novo produto.

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