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Rio de Janeiro – A maioria não gostou do uniforme do Brasil contra o Japão – a camisa amarela e o calção branco. Uma combinação estranha, admito. A menos que o Vaticano (cujas cores oficiais são as mesmas) decida entrar na Fifa, o visual brasileiro do último jogo me agradou bastante. Chegou a dar movimentação maior à seleção, que, na realidade, muito se movimentou em campo.

Futebol se joga nas quatro linhas, todos sabem disso. Mas há infinitas linhas que podem decidir uma partida, e a superstição é uma delas. Houve tempo em que a camisa oficial era azul, cor de Nossa Senhora de Aparecida, e Zizinho detestava quando entrava em campo com a camisa reserva, que, se não me engano, era branca ou cinza.

O ovo frito – mistura de clara e de gema de ovo – não agradou à torcida, mas o Brasil fez a sua melhor atuação e, queira o Onipotente – que tudo pode, como diz o nome – que repita a mesma agilidade, a mesma garra nos outros jogos.

Tenho vasta experiência em matéria de camisas do meu time.

Durante anos, desde o seu início como clube de futebol, o Fluminense só usava duas camisas: a tricolor, que era a oficial, e a branca, que era a opção quando a camisa do adversário poderia confundir o juiz e a torcida.

Eu sabia que a camisa oficial dava azar. Raramente o time vencia quando a usava, no máximo empatava. Já a camisa branca, com o escudo do clube no peito, fazia maravilhas – os adversários perdiam pênaltis, chutavam na trave, davam bobeira na defesa, e o Fluminense sempre vencia.

Num jogo contra o Botafogo, vi o meu time entrar em campo com a camisa tricolor. Pensei bem, consultei meus santos protetores e decidi ir embora do estádio.

Ouvi o resultado pelo rádio. Perdemos de seis a zero.

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