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Rio de Janeiro – Já confessei diversas vezes que nunca soube com quantos paus se faz uma canoa. Entre outras, é uma das minhas ignorâncias fundamentais. Nunca me preocupei com isso, ignoro compactamente qualquer tipo de construção naval, uma jangada ou um imenso navio de cruzeiro. Para mim são indiferentes, não sei nem pretendo aprender a fazê-los.

Recebi alguns e-mails com informações e sugestões que tentaram me esclarecer a respeito. Agradeço a boa vontade dos que me ensinaram com quantos paus se faz uma canoa, mas logo descobri outra ignorância minha, e esta mais difícil de ser superada.

Não sei quantas penas tem um peru. Nunca as contei, só conheço peru em sua forma depenada, temperada e assada. Não faço a mínima idéia de quantas penas encobrem sua carne, que é usada em bródios festivos, como o Natal, aqui entre nós, e o Dia de Ação de Graças, nos Estados Unidos.

Tampouco admito que brasileiros e norte-americanos, que apreciam a iguaria nessas datas festivas, saibam quantas penas tem um peru. Não é um bicho bonito – ou melhor, não é uma ave bonita. Tem alguma coisa de obsceno, sua carne é certamente apreciada, mas seu layout é meio confuso, até mesmo um pouco indecente. Seu gluglu também não é lá essas coisas, de maneira que um peru só serve mesmo para ser comido.

O Natal se aproxima e, antes que bimbalhem os sinos, providenciei o peru para a ceia tradicional. Pensei em tirar a dúvida, mas o peru que vão me mandar já vem sem pena nenhuma, mas com um apito dentro do peito, que vai apitar quando estiver no ponto dentro do forno.

Não será desta vez que saberei quantas penas tem um peru. Até o Natal talvez saiba se teremos ou não o terceiro mandato de Lula.

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