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aHá dois mil anos a Palavra de Deus se fez carne, tornou-se um homem como nós, falou a mesma linguagem, pôde dizer-nos quem é o Pai, o que somos nós para Ele e qual é projeto dele para nós. Para conhecer o Pai, portanto, não devemos partir para raciocínios filosóficos ou divagar por sutis elucubrações a respeito de Deus.

É suficiente contemplar Cristo, observar o que Ele faz, o que diz, o que ensina, como se comporta, como ama, a quem prefere, com quem anda, com quem toma o alimento, a quem escolhe, a quem recrimina, a quem defende..., porque é assim que o Pai procede. Deus é verdade, não pode ser visto: nenhum homem jamais viu Deus. Pode, entretanto, ser encontrado, ouvido, tocado com as mãos na pessoa de Jesus. Ele torna visível o Pai. A Encarnação do Filho de Deus nos ensina antes de tudo que o Pai ama o homem. É um Deus que permanece de boa vontade na companhia dos homens. Não castiga ninguém, somente salva.

O Evangelho deste dia do Natal nos diz: "o Verbo se fez carne e veio habitar entre nós". A mensagem, a palavra da parte de Deus, tornou-se carne, existência humana. Jesus é em pessoa o que Deus quer nos comunicar, desde sempre. A Palavra que é Jesus estava em prontidão junto de Deus desde sempre; aquilo que Deus sempre quis dizer, sua Palavra veio mostrar tornando-se vida humana no meio de nós. Jesus é a comunicação de Deus, é o que Deus significa para nós; e o que não condiz com Jesus contradiz Deus. O que Jesus fala e faz, Deus é quem o fala e o faz. Quando esse filho do carpinteiro convida os pescadores, é Deus quem os chama. Quando censura os hipócritas, é Deus quem os julga. Quando funda a comunidade fraterna, é Deus que está presente nela.

E quando morre por amor fiel até o fim, é Deus que manifesta o seu amor fiel e sua plenitude de vida. Tudo o que Jesus nos manifesta, é a palavra de Deus falada a nós, palavra de amor eterno. Há quem pergunte o que Jesus faz enquanto homem e enquanto Deus.

Tudo o que Ele faz, Ele o faz como homem e como Deus, pois faz tudo por amor até o fim, e Deus é amor. Se devesse escolher o momento em que Jesus se mostrou mais Deus para nós, seria o momento em que Ele foi mais humano, frágil e mortal: sua morte na cruz. Pois aí mostrou com mais nitidez o rosto de Deus-Amor.

A " Palavra de Deus", crucificada, nos fala "Deus é amor". A festa da Encarnação não é só o Natal, mas também Sexta-feira Santa. O presépio é da mesma madeira da cruz.. À medida que nós formos novos Cristos, também nossa "carne" – nossa vida e história – será uma palavra de Deus para nossos irmãos e irmãs, e mostrará ao mundo o verdadeiro rosto de Deus: um rosto de amor.

Feliz e um Santo Natal!

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