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Celebramos hoje o domingo da videira e dos ramos. É também o dia dedicado às mães. Jesus está reunido com os seus discípulos ao redor de uma mesa, na ceia de despedida, antes da festa da Páscoa. Tem consciência de que sua hora havia chegado. No diálogo com os discípulos, suas palavras e gestos ressoam como um testamento final. Através da alegoria da videira, dos ramos e dos frutos, o Mestre orienta os discípulos para que deem continuidade à sua missão no mundo. A imagem utilizada por Jesus tem um significado especial para o universo religioso judaico. A videira era o símbolo de Israel como povo de Deus.

Agora, Jesus se apresenta como a verdadeira videira cultivada pelo Pai: "Eu sou a videira e meu Pai e o agricultor". Ele e aqueles que o seguirem são o verdadeiro Povo de Deus: a videira e os ramos, os discípulos. Evocando a realidade da poda, que o agricultor faz no início da primavera, Jesus deixa uma severa advertência: quem do novo povo não produzir frutos, o Pai cortará. Doutra parte, o ramo que produzir bons frutos, receberá cuidados do Agricultor para que produza ainda mais. O ramo, todavia não tem vida própria. Se só produz frutos se estiver unido ao tronco, do qual recebe a seiva.

O discípulo produzirá frutos graças ao Espírito do Ressuscitado lhe comunicar. Nesta visão, a inexistência de frutos revela a falta de unidade com Jesus.: " porque sem mim vocês não podem fazer nada". O fruto a que Jesus se refere agora, é a resposta de adesão daqueles que ouviram a Boa Nova, pois é a escuta da palavra que estabelece a unidade com o tronco. Jesus conclui a alegoria revelando a sorte "dos ramos jogados fora", ou seja, daqueles que se afastam da comunidade do novo povo: serão recolhidos e queimados. Quem, no entanto, permanecer em sintonia com Jesus e entregue à missão, poderá contar com a colaboração do Mestre. Unidos produzirão abundantes frutos para a glória do Pai. Os frutos desta aliança são a justiça, a solidariedade, a fraternidade e o amor.

O agricultor expande-se de alegria quando vê a planta cercada por seus cuidados, carregada de bons frutos. Alguém poderia perguntar: o que torna um ramo seco? Um ramo torna-se estéril quando não responde ao dinamismo de vida do tronco. Isto é, do Cristo ressuscitado. Não produz frutos quem anda pelas vias do egoísmo, do ódio, da injustiça e do desrespeito à dignidade do outro. O que se fecha em esquemas de autossuficiência, comodismo e indiferentismo. A seiva do dinamismo de Jesus ressuscitado seca quando alguém age simplesmente em vista de dinheiro, aplausos e bem-estar pessoal. Ou também quando alguém cede á tentação de se afastar da comunidade na intenção de viver isoladamente sua relação com Cristo.

A comunidade cristã, expressão do novo povo de Deus, é o lugar privilegiado do encontro com Jesus ressuscitado, a "videira verdadeira da qual somos os ramos, cultivados pelo Pai, a fim de que, no dinamismo do Espírito, produzamos abundantes frutos de uma sociedade justa e fraterna, que garanta a paz e a segurança. A todas as mães saudação e bênçãos.

Dom Moacyr José Vitti CSS é arcebispo metropolitano.

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