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| Foto: Olivier Douliery/AFP

Está em curso, nos Estados Unidos, um ataque sem precedentes ao presidente da nação. Quatro cavaleiros do apocalipse trumpista juntaram forças para tentar dar um fim ao seu mandato: os democratas, a mídia esquerdista, o Estado ocupado e a banda podre do Partido Republicano. Todos têm lançado mão de estratagemas desleais e frequentemente ilegais para destruir Donald Trump.

Os democratas ainda não conseguiram assimilar a derrota eleitoral gigantesca que sofreram. O partido perdeu quase tudo o que disputou nos últimos anos: no Senado, caíram de 55 para 46 cadeiras, perdendo a maioria; no Congresso, caíram vertiginosamente de 256 para 194 cadeiras, também perdendo a maioria; nos governos estaduais, caíram de 28 para 16 estados, menos de um terço da federação; nas assembleias legislativas estaduais, perderam 958 cadeiras em todo o país; e, no Executivo, perderam a presidência. Diante de tantas derrotas, o partido tem se mostrado atordoado e incapaz de reagir com equilíbrio. Parece bastante óbvio que o povo americano não tem respondido positivamente às propostas e à ideologia de seus políticos; mas, como a grande maioria dos partidos de esquerda, os democratas optaram por jogar o jogo mais sujo possível, dar uma banana ao povo e tentar voltar ao poder por vias escusas.

Sobre a mídia americana há pouco a se dizer. Com exceção da Fox News e de alguns poucos jornais, o que se vê desde o primeiro dia em que Donald Trump anunciou que disputaria a indicação republicana são ataques de todos os tipos, quase sempre através de notícias fabricadas – as famosas fake news – e com uma parcialidade jamais vista desde que Gutenberg imprimiu a primeira folha em sua recém-inventada prensa móvel, quase seis séculos atrás. O bombardeio midiático é diário e inclui desde notícias falsas e manipuladas até reportagens ridículas, como fez recentemente a CNN, informando que o presidente Donald Trump tinha recebido duas bolas de sorvete enquanto o resto das pessoas em um determinado evento recebeu apenas uma. O jornalista típico de esquerda, seja nos Estados Unidos ou no Brasil, não pensa em informar ninguém; seu único objetivo é transformar a opinião das pessoas naquilo que ele acredita que é certo, por quaisquer meios que sejam necessários.

Barack Obama fez o que todo esquerdista faz no poder: aparelhou o Estado

Eu chamo de Estado ocupado aquela parte do Poder Executivo que ainda é operada por gente da administração anterior. Barack Obama fez o que todo esquerdista faz no poder: aparelhou o Estado. No caso dos Estados Unidos, as consequências desse tipo de ação são potencialmente mais danosas que no Brasil, por exemplo, pois o aparelhamento se dá também em órgãos de inteligência e espionagem como a NSA, a CIA e outras 14 agências menos conhecidas. A esse corpo de inteligência e espionagem tem-se dado o nome de Deep State, aquela parte do Estado que age nos porões da nação, em grande parte das vezes sem nenhuma publicidade de seus atos. Parte do Deep State trabalha hoje contra Trump e é, sem dúvida, uma das maiores ameaças ao seu governo.

Por último, resta falar da banda podre dos republicanos. Esse pessoal lembra um pouco os tucanos brasileiros. Quando Geraldo Alckmin disputou o segundo turno com Lula, em 2006, o PSDB o abandonou numa disputa em que ele tinha reais condições de sair vitorioso, tudo por conta de rixas internas. No caso americano, os republicanos não conseguiram impedir Trump de receber a indicação e nem de vencer a eleição, mas não é por isso que desistiram de tirá-lo de lá. Fazendo uma oposição velada, desleal e covarde, gente como John McCain e Lindsey Graham tem trabalhado mais que muitos democratas para derrubar Trump.

Quais as chances do presidente contra esses cavaleiros apocalípticos? Uma de suas maiores vantagens é justamente não ter vindo da política. Trump é um bicho de hábitos pouco compreendidos por seus oponentes, acostumados a enfrentar políticos de carreira – seus semelhantes e coabitantes daquela dimensão paralela chamada Washington, DC. Além disso, o homem é um empresário e negociador hábil, e tem se cercado de conselheiros e estrategistas de primeira linha como Steve Bannon e Kellyanne Conway – tudo o que estou escrevendo aqui já deve ter sido previsto por esses dois há muito tempo. Enfim, não lhe faltam armas para vencer essa guerra interna.

Para o público brasileiro, que costuma acompanhar a política americana pelo Jornal Nacional e pela grande imprensa, pode parecer que há uma grande crise na Casa Branca e que Trump está isolado no Salão Oval, encurralado pelos sucessivos “escândalos” que a mídia vaza diariamente. A realidade, no entanto, é bem diferente. A turma anti-Trump tem agido desesperada e afobadamente, e essa é a primeira indicação de que deve ser derrotada no médio prazo. É claro que há muitas forças em jogo, e o resultado depende muito de como Trump reagirá às acusações e provocações de seus inimigos. Mas, no geral, continuo acreditando que ele conseguirá driblar esses percalços e fazer um ótimo governo.

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