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| Foto: Raphael Alves/AFP

Qual é a melhor solução para a pobreza? Na cartilha da esquerda, a resposta é sempre igual: redistribuir renda. Só que para redistribuir algo é necessário primeiramente criar esse algo – a não ser que você redistribua uma coisa que cai do céu gratuita e livremente. O Estado nunca cria riqueza; o Estado as consome com as bocas vorazes da burocracia, da ineficiência e da ilicitude. Portanto, a criação de riqueza é função da sociedade – mais especificamente, dos empreendedores. Quanto mais riqueza for criada, mais riqueza será despejada nas interações entre indivíduos e empresas e, por conseguinte, mais riqueza chegará às mãos do cidadão comum.

Brasileiros, quando em primeira viagem aos Estados Unidos, geralmente se impressionam com as ruas bem cuidadas, com as coisas que funcionam, com a segurança, com o tamanho das lojas e dos carros, entre outras coisas imediatamente notáveis. Mas é somente depois de um certo tempo vivendo aqui que você começa a perceber diferenças mais brutais e de maior influência na vida diária das pessoas. Uma ótima maneira de se visualizar certos tipos de diferenças é comparando uma cidade dos EUA com uma de população equivalente do Brasil. Mesmo usando uma cidade da rica região do interior de São Paulo, por exemplo (dessas que costumam figurar entre as melhores cidades para se viver no Brasil), o resultado é impressionante. Pegue-se um par qualquer de cidades de 50 mil habitantes, uma no Brasil e uma nos Estados Unidos, e a quantidade de supermercados, concessionárias automotivas, lojas de material de construção, clínicas médicas, restaurantes, lanchonetes, centros comerciais, pet shops, shopping centers etc. será muito maior na cidade americana que na brasileira.

O Estado nunca cria riqueza; o Estado as consome com as bocas vorazes da burocracia, da ineficiência e da ilicitude

A comparação fica ainda mais fácil de se entender quando olhamos a riqueza bruta produzida em cada um dos países, medida pelo Produto Interno Bruto, o famoso PIB. O PIB do Brasil em 2016 foi de US$ 1,8 trilhão. O PIB americano passou de US$ 18,5 trilhões; ou seja, dez vezes mais riqueza produzida para uma população apenas uma vez e meia maior. O Canadá, com apenas um quinto da população brasileira, tem um PIB bem próximo ao do Brasil; ou seja, cada canadense, na média, coloca as mãos em cinco vezes mais riqueza que um brasileiro. Duas grandes cidades do mundo têm PIB quase igual ao do Brasil: Nova York e Tóquio. Ou seja, tudo o que produzimos de riqueza em um ano inteiro, no Brasil inteiro, é pouco mais que tudo o que apenas uma dessas cidades produz.

Redistribuir renda é uma grande mentira de todo regime socialista ou comunista. O caso da Venezuela de hoje é um ótimo exemplo. O país, riquíssimo em reservas de petróleo, sofre com a miséria e a fome de sua população porque os governos de Chávez e Maduro destruíram a capacidade produtiva do país. Venezuelanos têm fugido para as nações vizinhas, inclusive para o Brasil – muitos estão morando debaixo de viadutos em Manaus, aliviados por terem fugido de uma miséria que a grande maioria de nós nem sequer imagina como seja. O governo venezuelano, corrupto e inchado como a maioria dos governos da região, não consegue transformar o mar de petróleo sob seus pés em riquezas para a nação – muito pelo contrário. O final da história é sempre o mesmo em qualquer lugar onde algum tipo de socialismo foi implementado: redistribui-se somente a pobreza.

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O Brasil escapou por pouco de um destino semelhante ao do vizinho quando Dilma Rousseff foi defenestrada do Palácio do Planalto. O problema é que a mentalidade da falsa redistribuição de renda continua em alta no país. Não há reformas legislativas que facilitem a vida dos empresários e de todos os que realmente produzem riquezas, não há nenhuma menção de desoneramento tributário, não há iniciativas governamentais para tirar as amarras da economia brasileira. As pouquíssimas que existem, como a recente tentativa de reformar levemente a legislação trabalhista, são combatidas como se fossem fruto de algum culto demoníaco onde congregam os “grandes e malvados” empresários brasileiros.

Menos redistribuição, mais criação. Esse deveria ser o mote dos próximos 20 governos. Só assim a riqueza chegaria às mãos de quem precisa. E, aproveitando a deixa, menos Estado, pelamordedeus.

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