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Abrir-se à realidade do mundo, das coisas como são, é, simultaneamente, absorver o que está fora e também reforçar a própria personalidade, na medida em que isso é um exercício de consciência individual. Sendo assim, quanto mais o sujeito se despe de suas ilusões, mais se torna livre para agir no mundo. Na coluna de hoje, trago textos sobre grandes personalidades, pessoas que se empenharam em afinar o olhar para a realidade, e, por isso mesmo, foram sujeitos singulares, daqueles que não se encontra por aí todos os dias. O professor curitibano José Monir Nasser, falecido há quatro anos, foi mais do que um grande erudito. Numa época em que a cultura nacional jazia nivelada por baixo, Monir reintroduziu no nosso país o estudo dos clássicos da literatura universal com o curso “Expedições pelo mundo da cultura”. Não havia beletrismo em suas aulas, mas apenas a vontade – compartilhada por professor e alunos – de compreender a realidade, mediante a ampliação do imaginário, pelo guiamento dos grandes autores. Monir teve centenas de alunos fora do ambiente universitário, que procuravam suas aulas pelo que ele tinha para ensinar, e não pelo diploma, obviamente. Só um mestre de verdade é capaz desse feito. Paulo Briguet, que prefaciou a versão em livro das “Expedições...”, homenageia o professor Monir.

Shelby Foote: o escritor e sua vocação

A vida do escritor e historiador Shelby Foote, falecido em 2005, dá testemunho do que é trilhar o caminho de uma vocação. Ao escolher a pena e o papel, em vez do computador, como forma de registrar o que escrevia, Foote estava a reforçar sua atitude para com a tessitura das palavras: trata-se de um exercício de paciência e que demanda muito esforço. Ele é exemplo para qualquer um que dá a vida pelo que faz. Recordando Foote, Rodrigo Gurgel, que é escritor e professor de escrita criativa, ressalta o fato de que escrever bem não decorre de alguma sabedoria infusa.

Chesterton: uma só vida digna de muitas

Chesterton deixou-nos diversos livros e escritos, com uma abrangência de assuntos tão imensa, uma eloquência tão singular, uma simplicidade tão sagaz, e uma sabedoria que só um horizonte de consciência vastíssimo poderia manifestar. Ele integra o seleto grupo dos maiores intelectuais da história. Mas destaco o que qualquer um que leia meia dúzia de parágrafos seus pode perceber de cara: bom humor e sinceridade. Suas lições são fundamentais, por muitos motivos, mas indico-o particularmente a quem confunde ser realista com ser pessimista. Raul Martins descreve-nos quem foi Chesterton.

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