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É a fidelidade da palavra enunciada pela sabedoria popular. Por isso, tornou-se consagrado dizer-se que "a voz do povo é a voz de Deus" (vox populi vox Dei).

No desempenho desta fidelidade (que eu chamo, também, de sabedoria cósmica) a voz do povo criou uma serie de provérbios, com a finalidade de dizer, abreviadamente, as coisas que contêm um grande significado. Muitas vezes, também, são usadas as metáforas, como recurso de fazer mais verossímil aquilo que é mais difícil de ser aceito. Valho-me destes pensamentos para dizer que há um provérbio que é muito verdadeiro porque tem suas razões científicas, ou melhor, filosóficas. Enuncio-o desde logo: "Não há bem que sempre dure, não há mal que não acabe". Sua verdade filosófica está na doutrina do Dualismo Antagônico. Aventura-me este modo de pensar e a sua exposição a esperança de que eu possa ser beneficioso para alguém.

A doutrina do Dualismo Antagônico é a filosofia que desvenda o mistério do bem e do mal. Eles foram criados para serem o primum movens do universo. São dois poderes que, moventes (como todas as coisas da natureza), se confrontam, se permutam e, assim, embora contrários, se igualam em valor e necessidade. A sabedoria popular, entretanto, reconheceu-os em suas limitações, as quais são um corolário da doutrina do Dualismo Antagônico.

Outros corolários do DA são: (2) os quanta cósmicos; (3) a repetência; (4) a infinitude.

Tudo foi criado, em quantidades definidas, que não podem deixar de existir; a repetição, que é o segredo da continuidade; a infinitude, garantida pelos retornos e o moto-contínuo.

O provérbio citado responde a todos esses requisitos e, por isso, encerra uma sabedoria total. É, também, beneficioso, pelo ensinamento que contém, sugerindo uma sabedoria no desfrute do bem e uma necessária conformidade na vigência do mal.

Lede, caro leitor, os provérbios que serão adiante mencionados e vede que proveito, de qualquer deles, podereis tirar.

Não mostres, a ninguém, o fundo de tua bolsa e o fundo do teu coração.

Os pés vão onde o coração os leva.

Não há mentira sem um fundo de verdade.

O que não tem remédio remediado está.

Quem tem quem lhe chore todos os dias morre.

Atrás dos apedrejados correm as pedras.

Quem quer ser respeitado deve dar-se ao respeito.

Quem meus filhos beija minha boca adoça.

O infortúnio costuma vir, similarmente, acompanhado.

Cuidado! As paredes têm ouvidos.

Quem cala, consente.

Cada um dá o que tem.

Os incomodados que se mudem.

Quem tudo quer, tudo perde.

Quem nasce para dez réis não chega a vintém.

Pelo dedo se conhece o gigante.

Maior a nau, maior a tormenta.

Quem boa cama faz, nela se deita.

Quem avisa amigo é.

Deus dá nozes a quem não tem dentes.

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