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Sempre gostei muito de piadas e histórias sobre Céu e Inferno; talvez daí venha minha admiração pela Divina Comédia. Acabei de ler O julgamento de Lucullus, mas não é de Bertolt Brecht que eu desejo falar; em vez da pecinha que o autor alemão escreveu, quero comentar uma peça que nos pregaram, cujo título é "Dilma Rousseff presidente".

A sequência de notícias ruins que o governo do PT guardou para depois da eleição é qualquer coisa de inimaginável, mesmo para aqueles que, como eu, esperavam o pior. No espaço de alguns dias, Dilma sepultou quaisquer vestígios de esperança quanto a seu segundo mandato. O Brasil elegeu um governo morto; só a renúncia ou o impeachment nos livrará deste "cadáver adiado que procria". Nunca antes neste país um governo começou com um tamanho clima de velório.

Por falar em mortos, a manobra para esconder o déficit do governo, e assim livrar a senhora Dilma de um processo de impeachment, equivale ao sepultamento da Lei de Responsabilidade Fiscal, uma das últimas legislações eficazes em vigor no Brasil. Agora é o vale-tudo, decretou Dilma. Sinto uma grande vergonha; a vergonha que, eu sei, eles não sentem.

Semana passada, uma amiga me contou uma piada que vale reproduzir aqui. Um brasileiro morreu e foi recebido por São Pedro. O porteiro do Céu disse ao recém-chegado: "Aqui o sistema é o seguinte. Você passa 24 horas no Inferno, depois 24 horas no Céu, depois escolhe o que achar melhor".

Então, o brasileiro desceu ao Inferno, que, para sua surpresa, revelou-se um lugar agradabilíssimo. Belas mulheres, velhos amigos, uísque e cerveja à vontade, música dançante e diversão de primeira qualidade.

Após 24 horas de deliciosa farra no Inferno, o homem foi para o Céu. Belas paisagens; corais regidos por João Sebastião Bach; um clima de paz e serenidade. Mas o brasileiro estava de ressaca e dormiu quase o tempo todo.

Ao fim do dia, um pouco envergonhado, o homem confessou a São Pedro que preferia o Inferno.

E assim foi feito. Quando chegou ao Inferno, no entanto, foi recebido pessoalmente pelo diabo, que lhe deu um violento empurrão para o meio das chamas. As mulheres e os amigos haviam desaparecido. Não havia mais mulheres, nem amigos, nem uísque, nem cerveja, nem dança. Só havia trevas e ranger de dentes.

"Mas ontem estava tudo diferente", lamentou o condenado.

"Só que ontem nós estávamos em campanha", respondeu o diabo. "Agora é o nosso mandato."

Esse infeliz brasileiro é o eleitor do PT.

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