"Os escritores devem se ocupar da política apenas na medida em que é preciso defender-se dela", ensinava Anton Tchekhov. Eu gostaria que não fosse assim, porque a vida é muito mais que política, mas tenho certeza de que nos próximos anos não apenas os escritores, mas todos os brasileiros serão obrigados a gastar boa parte de seu tempo para defender-se do Estado petista.

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Em termos fiscais, isso já acontece. Trabalhamos até o mês de abril só para pagar impostos e taxas a um governo que simplesmente não para de crescer e de gastar pantagruelicamente. A Inconfidência Mineira surgiu quando alguns senhores se revoltaram contra o "quinto dos infernos", ou seja, os 20% de impostos cobrados pela Coroa portuguesa sobre toda a produção da colônia. Hoje a carga tributária brasileira atinge 36,98% e ninguém sai à rua para protestar – exceto para pedir mais verbas, mais subsídios, mais gastança, mais Estado (Zé Dirceu protestaria junto com vocês, meninos, se não estivesse meio sem tempo...).

Depois que o ditador Lenin descobriu que a economia socialista não funcionava – e isso aconteceu em 1921 –, os revolucionários aprenderam que os impostos e a doutrinação ideológica eram formas muito mais eficientes de dominar a sociedade. Há 33 anos o PT aplica essa estratégia ao Brasil.

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O mensalão é apenas uma das faces do processo pelo qual o PT e seus epígonos se infiltram na sociedade, na cultura, na linguagem, nas instituições, no Estado e, por fim, nas vidas individuais de todos nós. Sob a ótica da escola marxista-leninista (em que os nossos líderes se formaram com louvor), o mensalão não passa de um trocadinho para domesticar parlamentares. O comunismo já matou mais de 100 milhões em um século. Nesse contexto, que diferença faz comprar uns deputados?

Apesar de ser apenas uma parte do processo de dominação petista, o mensalão exemplifica de maneira bastante didática como agem os nossos atuais governantes. Há o já citado mensalão dos impostos; o mensalão do controle da mídia; o mensalão do paternalismo oficial; o mensalão do financiamento público de campanha; o mensalão da tolerância ao crime; o mensalão do politicamente correto; o mensalão da ineficiência; o mensalão das estatais falidas; o mensalão dos ecochatos; o mensalão dos médicos cubanos. Há mensalão para todos os gostos e preferências. Na verdade, há mais mensalões que meses...

Enquanto isso, os súditos da República Mensaleira do Brasil continuam em silêncio. Mas cuidado: silêncio também paga imposto. A "presidenta" está de olho em você, sonegador!

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