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A redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) incidente sobre os itens da chamada linha branca – geladeiras, freezers, fogões, bebedouros, máquinas de lavar e secadoras – já está apresentando os resultados esperados. Mas as vantagens podem e devem ultrapassar o campo econômico. Paralelamente ao entusiasmo dos fabricantes, do comércio varejista e dos consumidores, o que desenha reflexos positivos para a economia, em razão da cadeia multiplicadora – similar à do setor automobilístico – há que se cobrar rapidez na implantação de um outro programa paralelo, de caráter ambiental, com efeitos mais abrangentes e duradouros.

Perdeu-se, no momento do anúncio da redução de IPI para a linha branca, a oportunidade de tirar do papel a proposta que pretende estimular a troca de geladeiras antigas, que emitem gás CFC (clorofluorcarbono), por outras novas, menos poluentes e mais econômicas. Na proposta que ainda não vingou está prevista, inclusive, a fabricação de um modelo específico de geladeira para consolidar o programa. Embora ainda não tenha sido definido o preço, pelo que adiantou o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, a geladeira ecologicamente amigável deverá custar em torno de R$ 500. A intenção do governo é incentivar a substiuição de geladeiras com 10 anos ou mais de uso. Reduzindo ao máximo o preço das novas unidades, elas se tornarão acessível ao bolso da parcela mais pobre da população, de modo que, no primeiro ano, possa ser trocado 1 milhão de aparelhos e, no segundo, 2 milhões.

Ainda há tempo para que o governo cubra a lacuna. Há duas possibilidades para a data de lançamento do programa: já nas próximas semanas ou ao encerramento do período de vigência da redução do IPI do eletrodoméstico, previsto para daqui a três meses, como forma de continuar estimulando esse segmento da indústria. Embora a pressa seja grande, sabe-se que é importante a montagem de uma aprimorada logística para que o programa logre sucesso em toda a sua cadeia, aliás bastante complexa. Os revendedores terão de recolher os modelos antigos, que serão vendidos a uma empresa especializada. Caberá a essa empresa, por sua vez, retirar o gás poluente e vendê-lo a uma usina. O mesmo precisará ocorrer com a geladeira, que deverá ser repassada a quem atua no ramo do aço.

Espera-se que as pendências sejam rapidamente resolvidas para que não se perca a oportunidade de aliar o incentivo fiscal – tão importante para a manutenção dos postos de trabalho – a uma ação de larga escala, e bastante concreta, para a contenção do efeito estufa. Não se pode esquecer, ainda, do aspecto centrado na defesa do consumidor: por causa da baixa eficiência energética, as geladeiras velhas consomem até 50% mais energia.

É possível fazer girar a roda da economia, cuidar da proteção ambiental e ainda favorecer o consumidor. Por que não?

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