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Após meses de indefinição, a confirmação da candidatura do senador Osmar Dias (PDT) ao governo paranaense abriu, na última segunda-feira, um novo cenário para a eleição no Paraná. Seu nome junta-se agora ao do governador Roberto Requião, que pleiteia pelo PMDB sua recondução ao cargo, e aos do senador Flávio Arns (PT) e do ex-deputado Rubens Bueno (PPS) na disputa pelo Palácio Iguaçu. Quatro candidatos fortes, eleitoralmente expressivos e conhecidos, o que nos faz antever desde logo que a decisão final só se dará em segundo turno.

O lançamento de Osmar Dias, embora efetivado na undécima hora, veio ainda a tempo de preencher o vácuo de que se ressentiam alguns fortes segmentos do espectro político estadual, já que as opções colocadas até então não correspondiam integralmente ao sentimento oposicionista de considerável parcela do eleitorado – em nível federal ou estadual –, ou não se apresentavam com estrutura político-partidária suficientemente ampla para enfrentar a máquina da situação.

A anunciada adesão formal de três outras legendas (PP, PSB e Prona) já dá ao novo candidato razoável tempo de exposição (cinco minutos) nos programas eleitorais gratuitos de rádio e televisão – fator sabidamente crucial para viabilizar sua campanha. Mas, embora não influa no aumento desse tempo, a aliança com outros partidos alinhados à oposição é de fundamental importância para capilarizar a candidatura no interior e torná-la mais forte no mais numeroso colégio eleitoral do estado, a capital.

É neste ponto que se encontram agora as tratativas políticas nos bastidores tanto da situação como da oposição, tendo como objetivo atrair o apoio do dividido PSDB paranaense. Há uma corrente de tucanos que, coerente com postura oposicionista do partido em nível nacional, prefere caminhar ao lado do senador Osmar Dias, para, de quebra, garantir mais um palanque forte ao seu candidato à Presidência, Geraldo Alckmin.

Outra parte alinha-se à candidatura do governador Roberto Requião que, em troca, oferece o posto de vice ao principal articulador da facção adesista do tucanato paranaense, o presidente da Assembléia Legislativa, deputado Hermas Brandão, configurando uma demonstração de incoerência política, faces os caminhos opostos que vem sendo trilhados por tucanos e peemedebistas. Incoerência que só poderá ser contida na convenção estadual do PSDB, marcada para esta sexta-feira, se houver empenho real e firme dos que carregam no sangue o DNA que fez surgir o partido há duas décadas.

É exatamente neste caso que se enquadra o prefeito Beto Richa. Filho e herdeiro político do ex-governador José Richa, fundador do PSDB. Apesar das boas relações que o prefeito mantém com o Palácio Iguaçu, úteis para bem administrar Curitiba, exige-se também dele, com os votos e o poder de influência que detém, atuação firme e clara na convenção para fazer valer a coerência necessária e não o fisiologismo de alguns.

Ao definir um quadro de candidatos que reúne algumas de suas mais importantes expressões políticas da atualidade, o eleitorado do Paraná ganha em alternativas – e tem a chance de participar de uma campanha democrática que se quer limpa, leal e equilibrada.

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