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A China e a Índia surgiram como as vedetes do ano no Fórum Econômico Mundial, que se reúne em Davos na Suíça, mas o Brasil mantém-se no interesse dos pesquisadores reunidos naquele evento, por seu potencial como membro do bloco de países emergentes, o Bric. Desta vez, porém, as atenções se voltam para os gigantes asiáticos, graças à combinação de boas políticas governamentais e vantagens externas que lhes asseguram fortes taxas de crescimento por longo período.

Tanto que a China aproveitou o encontro de líderes públicos, executivos e especialistas convocado para a estância turística suíça para anunciar que seu Produto Interno Bruto expandiu 9,9% em 2005, chegando a 2,3 trilhões de dólares, o que a classifica como quarta maior economia mundial. Com isso os chineses, que no ano passado haviam revisado seu PIB de 2004 em 17%, superando a Itália e se aproximando do Reino Unido, agora ficam à frente de Londres no quarto lugar do "ranking" internacional – atrás apenas dos Estados Unidos, Japão e Alemanha.

Ao lado dos chineses, a Índia também se destaca no encontro de Davos, com uma economia lastreada em serviços de produtividade graças à incorporação de inovações tecnológicas, que cresce a quase 8% ao ano. Porém, de forma diferente dos chineses (que se apóiam em forte atração de investimentos externos para uma ampla base de produção industrial), os indianos trabalham com boa taxa de poupança doméstica e controle de capitais externos, mais inflação baixa e taxa de juros moderada (4,5% ao ano, comparados aos 18% do Brasil).

Neste ano, enquanto China e Índia pontificam como destinos atraentes para novos empreendimentos de padrão mundial, o Brasil figura discretamente, com apresentação de astros do esporte principal – o futebol – e culturais, à frente o músico-ministro Gilberto Gil. É que nosso desempenho recente não foi dos melhores, às voltas com o escândalo do "mensalão" que afetou o partido governante, além de outros problemas. Para uma equipe da ONU, nosso PIB, de 2,5% em 2005, não passará de 3% neste exercício, por conta dos juros e tributos altos, perda de dinamismo na exportação e contenção do consumo interno.

Porém o economista-chefe do banco Goldman Sachs, Jim O’Neill – introdutor do conceito dos BRICs (países emergentes de escala: Brasil, Rússia, Índia e China) –, acredita que os brasileiros não deixaram a cena. "Basta que algumas coisas fiquem no lugar" para o país crescer à taxa continuada de 3,6% ao ano e, em 2050, o Brasil se tornar a 5.ª maior economia do mundo, assegura. Outro diferencial futuro debatido em Davos joga a nosso favor: a questão da energia num contexto sustentável.

O mundo está preocupado com a escassez de energia e, sobretudo, com a oferta renovável desse insumo básico, equação que os brasileiros vêm resolvendo com os combustíveis vegetais, álcool e biodiesel, além de geração de eletricidade de fonte hídrica. Se nosso país, ao lado dos vizinhos de continente, souber operar com razoável bom senso, poderá ganhar o futuro.

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