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Em regra, "filhos do coração" – como são carinhosamente chamados os adotivos – costumam ser tão amados quanto os filhos biológicos. Mas há condições para que tal regra se torne fato concreto: são tão amados quanto os biológicos os filhos brancos, do sexo feminino e com não mais de 3 anos, conforme mostrou a reportagem-manchete de nossa edição de ontem a respeito do "processo de seleção" a que são submetidas as crianças internas em abrigos e disponíveis para adoção. A preferência das famílias por crianças com aquelas características coloca em dúvida o amor que verdadeiramente estariam dispostas a conceder, pois tal atitude demonstra uma seletividade inconcebível do ponto de vista humano e dos princípios cristãos que embasam a formação religiosa e cultural do povo brasileiro. Por esse motivo chega-se a uma constatação cruel: há mais pais inscritos nas listas de adoção do que crianças juridicamente aptas a serem adotadas. Significa, portanto, que a "fila" deveria estar zerada. Mas, lamentavelmente, o destino da grande maioria é ficar confinada aos abrigos até completarem a maioridade – a partir da qual enfrentarão destino incerto e provavelmente doloroso.

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