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O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informa que o desemprego atingiu 9% da população economicamente ativa (PEA) do país, o que equivale a 8,1 milhões de pessoas desempregadas, aproximadamente. Esse cálculo refere-se apenas aos que estão procurando emprego e continuam desocupados e não inclui os que estão trabalhando na economia informal ou trabalhando em período parcial. No Brasil, há mais de 40 milhões trabalhando sem registro, fora dos sistemas oficiais de emprego. Por isso toda estatística sobre nível de emprego é, por definição, falha e incompleta.

Mesmo com as falhas das estatísticas, o lado preocupante dos dados do IBGE é a tendência em relação ao aumento do desemprego, pelas consequências individuais e sociais que ele causa. Toda família que fica sem renda ingressa numa fase de tensão, queda no padrão de vida e, quando o período de desemprego é longo, entra em cena o desespero, que responde, inclusive, por doenças e, até mesmo, desvios de conduta. As consequências sociais, a exemplo da queda na arrecadação da Previdência Social, dos aumentos nos gastos com Seguro Desemprego, com o Bolsa Família e com a assistência à saúde feita pelo SUS, representam um efeito bastante problemático para o governo e para a sociedade.

Em país pobre e com população crescente, como é o caso do Brasil, todo plano de governo deveria, obrigatoriamente, ter como premissa básica elevar o nível de emprego. Não existe nenhuma outra prioridade maior do que esta, razão pela qual o debate sobre o desemprego, suas causas, suas consequências e as formas de combatê-lo deveria constituir-se na tarefa central do governo e do parlamento. Infelizmente, o país evolui lentamente e certos temas continuam sendo tratados como tabus, como a baixa qualificação profissional, que responde por parcela importante do desemprego.

A história mostra que quando a sociedade eleva o seu nível educacional e e trabalha pela erradicação do analfabetismo, a questão do crescimento populacional exagerado é resolvida naturalmente no âmbito das famílias, por meio de educação e da formação centrada em valores sólidos. Sem isso, adolescentes tornam-se mães antes de terem maturidade para isso e abandonam os estudos, perpetuando um ciclo de pobreza e de exclusão social. É pela formação que esse ciclo pode ser quebrado. O dever do Estado é prover os meios para a educação e a informação, de modo que as pessoas, livremente, decidam sobre rumo de suas vidas, sem que haja a necessidade do controle de natalidade autoritário que marca governos como o da China. A mesma educação que ajuda o indivíduo a decidir com maior segurança sobre o momento certo de formar uma família contribui também para para fomentar o empreendedorismo e para melhorar os níveis de qualificação profissional das pessoas.

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