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Com o registro de elevados índices de criminalidade, a sociedade brasileira é hoje, lamentavelmente, uma das mais violentas do mundo. A disseminação das drogas por todos os estratos sociais, a ação frequentemente impune do crime organizado e o número ascendente de assaltos, sequestros e homicídios compõem um cenário sombrio que assusta e oprime. Como enfrentar essa situação é a grande questão que se coloca e cuja resposta depende de um somatório de fatores que possa permitir, a médio e longo prazo, uma reversão nas atuais expectativas.

Em meio ao clima de guerra declarado que se trava nas ruas das cidades brasileiras, a verdade é que a procura por soluções não pode ficar exclusivamente sob a responsabilidade do poder público. Nesse sentido, a participação da sociedade organizada é encarada como importante, na medida em que dela podem emanar ideias e sugestões factíveis em prol de uma cultura de paz. Os cidadãos de bem, através de suas instituições representativas, sem dúvida podem trazer substancial contribuição, a começar para ativa participação num evento sobre segurança que pretende dar voz à comunidade.

Este é, precisamente, o objetivo da realização, hoje, do Fórum Unidos pela Paz, oportuna iniciativa da OAB-Paraná para aprofundar junto à comunidade a discussão do tema. Pela sua relevância, a Associação Comercial, a Federação das Indústrias do Estado, o Lions Clube e o Grupo Paranaense de Comunicação, que recentemente lançou a Campanha "Paz Sem Voz É Medo", manifestaram integral apoio. Durante toda a tarde, integrantes das principais entidades do estado estarão reunidos no Cietep debatendo, ao lado de representantes do governo do Paraná, o fenômeno da violência com a finalidade de se traçar estratégias para reverter o quadro presente. Ao final das discussões, as conclusões do encontro embasarão um documento a ser encaminhado às autoridades paranaenses para servir como contribuição à melhoria das políticas de segurança no estado.

A violência que arranca vidas e põe no descaminho jovens e adultos é o sintoma mais grave de uma doença que atinge a sociedade contemporânea como um todo. Contra esse estado de coisas, não adianta somente a concentração de forças na ação repressiva dos órgãos de segurança. É preciso ter a consciência de que o problema da criminalidade tem múltiplas raízes, não se prendendo unicamente a um único fato gerador. A permissividade e o relativismo moral dos dias atuais, as políticas sociais públicas injustas, a exclusão social, o câncer da corrupção, somado à impunidade, e a morosidade da Justiça são agentes agravantes da criminalidade que grassa pelo país.

O governo do Paraná vem dando mostras positivas de que pretende priorizar a questão da segurança anunciando mais recursos orçamentários e a ampliação do atual efetivo policial. Providências que serão bem-vindas diante do descaso com que o setor foi tratado nos últimos oito anos da administração anterior. Também é um alento a mais para que a sociedade organizada se apresente como agente ativo dando a sua contribuição na busca de caminhos para que o Paraná volte a viver dias mais tranquilos.

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