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O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou nesta semana dados a respeito do real estado de saúde do brasileiro. Os números fazem parte do "Panorama da Saúde no Brasil", publicação elaborada com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) 2008. A pesquisa, feita em convênio com o Ministério da Saúde, é de fato relevante porque faz comparativos com os levantamentos anteriores, realizados em 1998 e 2003. Portanto, são diagnósticos referentes a uma década, que vêm cobrir importantes lacunas nos dados globais de saúde do país.

Agora, podem oferecer às instâncias executivas e legislativas, aos profissionais e pesquisadores, aos Conselhos de Saúde e aos demais agentes interessados no tema um amplo conjunto de informações necessárias para a formulação, acompanhamento e avaliação das políticas relacionadas à saúde.

Entre as conclusões importantes, a pesquisa aponta que um terço dos brasileiros, mais de 60 milhões de pessoas, tem pelo menos uma doença crônica. E que o porcentual de mulheres nessa situação é superior ao de homens. São números que devem deixar os especialistas da área alarmados, porque as demandas para atender toda essa gente, desde a prevenção até a internação hospitalar, são gigantescas.

Do total de casos de doenças crônicas diagnosticados em 2008, a mais apontada por médicos ou profissionais de saúde era a hipertensão (14%); em segundo lugar, os consultados apontaram doenças de coluna ou costas (13,5%). De acordo ainda com o estudo, artrite ou reumatismo corresponderam a 5,7% dos casos; bronquite ou asma, a 5%; depressão, a 4,1%; doença de coração, 4%; e diabetes, 3,6%. Os demais casos foram de tendinite, insuficiência renal crônica, câncer, cirrose e tuberculose.

Um dado que surpreendeu muitos especialistas é que o Sul é a região do Brasil na qual mais pessoas se dizem portadoras de doenças crônicas. Nos estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, 35,8% dos entrevistados declararam sofrer de algum problema crônico de saúde. Os médicos apontaram algumas causas específicas para isso: como a população tem renda mais elevada, consome mais calorias (e é mais sedentária), o que geralmente resulta em sobrepeso e obesidade e nas doenças relacionadas a esses males. Além disso, é preciso levar em conta que no Sul a população de idosos é maior do que nos estados do Norte e do Nordeste. Isso eleva o índice de ocorrência desse tipo de mazelas na região.

Da mesma forma no conjunto do país, as mulheres do Sul aparecem como as mais afetadas; e, quanto mais elevada a renda, maior a ocorrência dessas doenças. No entanto, os médicos fazem as seguintes observações sobre essas conclusões: as mulheres têm expectativa de vida maior do que os homens. Vivendo mais, elas estariam mais sujeitas ao desenvolvimento de doenças crônicas. Além disso, cuidam melhor da saúde do que os homens. Em resumo, têm mais o hábito e a disciplina de ir ao médico e fazer exames.

O Panorama é bastante amplo e detalhado, mostrando outros importantes diagnósticos, desde a extensão de hábitos nocivos, como o tabagismo, até a amplitude das doenças raras. As informações estão aí para todos os segmentos sociais que cuidam da saúde nacional. Nesta fase de transição do poder, no país, representam sem dúvida um grande inventário que pode muito bem ser fundamental para melhorar a saúde de todos os brasileiros e estabelecer políticas de longo prazo. Basta levá-lo a sério.

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