Infelizmente, a imprensa do município mexicano de Ciudad Juárez, localizado na fronteira com o México, entregou os pontos para o narcotráfico local neste domingo após dois jornalistas da empresa terem sido atacados na semana passada. Um deles morreu. O texto do editorial do jornal El Diario, publicado na capa, diz: "Somos comunicadores, não adivinhos. Portanto, como trabalhadores da informação, queremos que nos expliquem o que querem de nós, que é que pretendem que publiquemos ou deixemos de publicar, para saber a que nos ater". De acordo com o periódico, os criminosos são "as autoridades de fato" no momento na cidade. Apesar da compreensível preocupação da empresa jornalística com a segurança de seus empregados, esse não é o papel da imprensa. É inadmissível que os jornais locais tenham de abaixar a cabeça para narcotraficantes. Mas também é inaceitável que os criminosos locais ditem as leis. O editorial afirma ainda que não se trata de uma "rendição", mas de um pedido de trégua. Ledo engano. Trata-se sim da perda de um meio de luta contra os dois cartéis que tomaram conta da cidade e já causaram a morte de milhares de habitantes locais. Se o poder público não consegue acabar com eles e a imprensa se calar, qual esperança sobrará a esses cidadãos?
-
Entenda o papel da comissão do Congresso dos EUA que revelou os pedidos sigilosos de Moraes
-
Resumão da semana: Tio Paulo e a semana em que o Brasil enlouqueceu de vez
-
Lula chama Moraes para jantar e falar sobre um tal de Elon Musk
-
Três governadores e 50 parlamentares devem marcar presença no ato pró-Bolsonaro de domingo